Roma, 24 mar (RV) - Tornando-se arcebispo, Dom Oscar Romero amadureceu “uma
nova responsabilidade” e “tornou-se o ‘pater pauperum’ e imediatamente também o ‘defensor
pauperum’. Romero era a única voz que falava em defesa deles”. Foi o que recordou
ontem à noite em Roma, o Arcebispo de Nápoles, Cardeal Crescenzio Sepe, celebrando
uma Santa Missa na Igreja de Santa Maria in Trastevere, numa iniciativa da Comunidade
de Sant’Egidio, por ocasião dos 30 anos do assassinato do bispo salvadorenho.
O
Arcebispo de Nápoles recordou que no coração da pregação de Dom Romero estava “o amor
evangélico” e “quando o conflito entre o governo e a guerrilha tornou-se ainda mais
duro” ele “publicou um apelo contra a violência”, convencido de que “somente o amor
cristão poderia salvar o país da tragédia”. “A força que os cristãos têm – afirmou
o Cardeal Sepe – deriva do amor gratuito pelos outros. É a força do martírio. Em uma
homilia após o assassinato de um seu sacerdote, Dom Romero sublinhava que todos os
cristãos são chamados ao espírito do martírio, a dar a própria vida pelos outros”.
Um
apelo que, concluiu o Arcebispo, “Dom Romero lança ainda hoje. Jamais desperdiçar
essa força. Seria uma grande culpa. Hoje, no coração do século XXI, temos necessidade
desta força única, da força do amor gratuito, para poder esperar em um mundo melhor”.
(SP)