PAPA CONVIDA BISPOS DE BURKINA FASSO-NÍGER A UM NOVO IMPULSO MISSIONÁRIO
Cidade do Vaticano, 20 mar (RV) - A inculturação da fé, a solidariedade radicada
no amor de Deus, a importância do sacerdócio e do diálogo inter-religioso: foram esses
os temas abordados na manhã deste sábado pelo Papa durante a audiência aos bispos
de Burkina Fasso-Níger, em visita "ad Limina". Dirigindo-se aos prelados, Bento XVI
recordou também os frutos do Sínodo para a África, realizado em outubro, e dirigiu
um pensamento particular a todos os enfermos e aos que sofrem nos países em questão.
Bento
XVI faz votos de um novo "impulso missionário" em Burkina Fasso e Níger, a fim de
que "a mensagem evangélica seja plenamente acolhida e fielmente vivida".
"A
fé – afirma o Santo Padre – sempre precisa consolidar as suas raízes para não voltar
a práticas antigas ou incompatíveis com o seguimento de Cristo e para resistir aos
apelos de um mundo por vezes hostil ao ideal evangélico."
Tudo isso – continua
o papa – em nome de uma "sadia inculturação da fé", levada adiante por "pessoas competentes,
no respeito das normas". Em seguida, o pensamento do Santo Padre dirigiu-se ao Sínodo
para a África, de outubro passado:
"A recente Assembléia sinodal para a África
– diz Bento XVI – convidou as comunidades cristãs a considerarem os desafios da reconciliação,
da justiça e da paz."
Nesse âmbito, o Santo Padre expressou apreço por tudo
aquilo que a Igreja em Burkina Fasso-Níger continua fazendo para contrastar aqueles
"males que impedem o autêntico desenvolvimento da população".
E mais: Bento
XVI recordou a obra realizada pela Fundação João Paulo II para o Shael, assim como
aquela "solidariedade radicada no amor a Deus" e a generosidade demonstradas pela
Igreja local em duas particulares ocasiões: as enchentes que atingiram Burkina Fasso
e o recente terremoto no Haiti.
Em seguida, o Pontífice se deteve sobre a "grandeza
do sacerdócio" e fez votos de que o Ano Sacerdotal em andamento contribua para "promover
uma renovação interior na vida dos padres, a fim de que o seu ministério seja sempre
mais intenso e fecundo":
"O sacerdote é, sobretudo, um homem de Deus que busca
responder com sempre mais coerência à sua vocação e à sua missão a serviço dos fiéis
a ele confiados e que deve orientar rumo a Deus" – ressaltou o Papa.
Por isso,
Bento XVI reiterou a necessidade de uma "formação sólida" e de um tempo de "aprofundamento
da vida sacerdotal" para evitar que ela caia no ativismo pastoral.
Em seguida,
o olhar do Papa se dirigiu ao papel desempenhado na sociedade pelos catequistas, pelos
leigos e pelos jovens: para todos, fez votos de uma formação atenta e uma fé sólida,
"fundada na relação pessoal com Cristo, expressa na prática habitual da caridade e
sustentada por uma comunidade viva". Bento XVI pediu uma atenção particular "à elite
política e intelectual", muitas vezes colocada diante de "ideologias opostas a uma
concepção cristã do homem e da sociedade".
Por fim, o Santo Padre expressou
apreço pelos "laços de estima e de amizade" existentes no diálogo inter-religioso",
reiterando a importância de ensinar aos jovens "os valores fundamentais do respeito
e da fraternidade" que favorecem "a compreensão recíproca":
"Os laços que unem
cristãos e muçulmanos – concluiu o Papa – possam continuar se reforçando a fim de
que a paz e a justiça possam progredir, e a fim de promover o bem comum, repelindo
todas as tentativas de violência ou de intolerância." (RL)