Concerto no Vaticano em honra do Papa: “Cristo Crucificado è a palavra de amor
mais bela e verdadeira”
(20/3/2010) A lei universal da expressão artística é saber comunicar um bem que é
também a própria verdade: afirmou o Papa nesta sexta feira á tarde no breve discurso
proferido na conclusão do concerto em sua honra na Sala Clementina do Palácio Apostólico.
A bem ver – acrescentou – esta é a lei que seguiu Deus incarnando-se como nos recordam
as ultimas sete palavras de Cristo na Cruz a nova versão da paixão de Heydn de José
Peris Lacasa, organista da Capela do Palácio real de Madrid, executada pelo quarteto
Henschel de arcos com o meio soprano Susanne Kelling que prestou a sua voz extraordinária
ás palavras de Jesus no Evangelho. Quanto mais dura é a matéria e estreitos os
laços, maior foi o génio criativo que se manifestou, comentou o Papa aproximando
a Paixão de Haydn á Piedade de Miguel Ângelo que trabalhando com o mármore conseguiu
fazer falar esta matéria. Nas duas obras de arte – para o Papa – encontra-se de facto
uma expressão artística original mas dominada pelo acontecimento que apresenta. O
resultado é uma beleza austera digna da solenidade de São José, uma composição idónea
para o tempo da Quaresma, porque repropõe o mistério central da fé cristã testemunhando
que se podem abraçar arte e fé com a inspiração directa dos textos evangélicos. Jesus
doando-se plena e definitivamente – disse ainda Bento XVI – é a ultima palavra. O
seu é um amor de tal maneira livre que não tem medo de se ligar para sempre. É esta
a lei do amor e da arte.