PAPA NA IGREJA LUTERANA: DEUS É O ÚNICO QUE PODE NOS DAR A UNIDADE"
Cidade do Vaticano, 15 mar (RV) - O Papa Bento XVI visitou na tarde de ontem
a Christuskirche, a Igreja Luterana de Roma. O Santo Padre foi recebido pela
Presidente da comunidade, Doris Esch.
Em tom cordial, ela afirmou que o Papa
poderia "se sentir em casa" e recordou a visita feita à Christuskirche (Igreja
de Cristo) em 1983 por seu antecessor, João Paulo II. Naquela ocasião, foram celebrados
os 500 anos do nascimento de Martinho Lutero.
Depois da recepção, o Santo
Padre se dirigiu à Igreja para participar de uma cerimônia ecumênica, acompanhado
pelo Pastor Jens-Martin Kruse. Ao discursar diante do Papa, Kruse falou da unidade
entre as confissões cristãs, que apesar de suas "divisões e opressões", sabem estar
próximas uma da outra, sobretudo nos momentos de sofrimento e dor. "No caminho com
Jesus Cristo, nós cristãos somos chamados pelo Apóstolo Paulo a não ficarmos cada
um de um lado, mas juntos."
Por sua vez, o pontífice, falando em alemão e
sem um discurso nas mãos, afirmou que se ouvem "muitas queixas pelo fato de que o
ecumenismo não progride, mas temos de dizer – e podemos dizer com muita gratidão –
que já temos muitos elementos de unidade".
O pontífice convidou a agradecer
pelo fato "de que estamos aqui presentes, por exemplo, neste domingo, porque cantamos
juntos, porque escutamos a Palavra de Deus, porque nos escutamos uns aos outros, olhando
todos juntos para Cristo e, deste modo, damos testemunho do único Cristo".
Bento
XVI reconheceu que "certamente não temos de nos contentar com os êxitos do ecumenismo
dos últimos anos, pois não podemos beber do mesmo cálice nem podemos estar juntos
ao redor do mesmo altar".
"Isso tem de nos entristecer, pois é uma situação
pecaminosa, mas a unidade não pode ser fruto dos homens, temos de nos entregar ao
Senhor, pois Ele é o único que pode nos dar a unidade. Esperamos que Ele nos leve
a esta unidade" – disse.
Citando as palavras do Pastor Kruse, o Santo Padre
reconheceu que o primeiro ponto de encontro entre luteranos e católicos "deve ser
a alegria e a esperança que já vivemos, e a esperança de que esta unidade possa ser
mais profunda".
Após a cerimônia ecumênica, o Papa participou de um encontro
com a comunidade e com seu pastor. (BF)