2010-03-13 18:25:10

PAPA A BISPOS DO SUDÃO: PROMOVER RECONCILIAÇÃO E PERDÃO, SUPERAR DIVISÕES ENTRE ETNIAS


Cidade do Vaticano, 13 mar (RV) - Superar "distinções de raça ou de etnia numa generosa troca de dons": foi a mensagem que o Santo Padre lançou à Igreja e ao povo do Sudão em seu discurso aos bispos do país africano, recebidos na manhã deste sábado, no Vaticano, em visita "ad Limina".

Bento XVI agradeceu aos sacerdotes, religiosos e religiosas do Sudão por seu "generoso serviço". Ressaltou a importância de testemunhar o amor de Cristo em todos os aspectos da vida, recordando a contribuição que a Universidade Santa Maria da cidade de Juba pode dar junto com os movimentos eclesiais.

"A fidelidade de vocês ao Senhor e o seu empenho entre dificuldades e sofrimentos leva eloqüente testemunho do poder da Cruz que ilumina limites e fraquezas humanas." Bento XVI agradeceu assim aos bispos do Sudão, ressaltando como pacientemente trabalham para o bem de seu país, para repelir um retorno à guerra, para promover uma paz estável em todos os níveis da vida nacional.

O Pontífice evocou "reconciliação e perdão" para o grande país africano, que em 2005 saiu de uma guerra civil de duas décadas e que ainda está à espera do primeiro pleito eleitoral desde o fim do conflito, e que também aguarda um previsto referendum sobre a eventual autonomia do Sul do país.

Um país do qual Bento XVI recordou os males sociais que poderiam impedir que a paz crie "raízes profundas": em particular, "a corrupção, as tensões étnicas, a indiferença e o egoísmo". Diante de tudo isso, o Papa pediu aos bispos que promovam a "justiça, responsabilidade e caridade".

O Santo Padre enfatizou que tratados e acordos são indispensáveis nos processos de paz, mas que dão fruto se são acompanhados pelo exercício de uma liderança amadurecida e moralmente alta.

Em seguida, Bento XVI convidou os bispos sudaneses a "suscitarem na população um sentido de responsabilidade para com as gerações presentes e futuras, encorajando perdão, aceitação recíproca e respeito pelos compromissos assumidos".

Como arautos do Evangelho, vocês bispos – recomendou o Papa – sejam "sinal e instrumento de uma humanidade renovada e reconciliada", experimentando assim a paz da comunhão com Cristo.

Bento XVI citou a experiência da recente Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos como ocasião de oração pela reconciliação e o perdão.

O Papa fez um convite a "uma generosa troca de dons sem distinções de raça ou etnia", e depois louvou o compromisso dos bispos do Sudão em manter boas relações com os fiéis do Islã". O Pontífice pediu "a mesma abertura e o mesmo amor" para com os seguidores das religiões tradicionais.

O Sudão é o maior país da África. Tem uma população numericamente relativamente baixa: cerca de 37 milhões de habitantes, 80% dos quais muçulmanos, e 17% cristãos. Sofre uma grave pobreza e as conseqüências de uma guerra civil que causou dois milhões de mortos e provocou quatro milhões e meio de deslocados.

Após dois adiamentos estão sendo aguardadas para abril próximo as primeiras eleições pós-conflito. Está previsto para 2011 um referendo que poderia conceder a independência à atual região autônoma do Sul do Sudão. Uma consulta que tem gerado muitas tensões sociais. (RL)







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