2010-03-12 19:54:38

FREI CANTALAMESSA: EUCARISTIA ACOMPANHE SACERDOTES E LEIGOS DURANTE VIDA INTEIRA


Cidade do Vaticano, 12 mar (RV) - Na segunda pregação da Quaresma, o Pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, dedicou a sua meditação, na presença do Papa e da Cúria Romana, à figura do sacerdote e ao dom da Eucaristia. O mistério sacerdotal – disse o frade capuchinho na Capela Redemptoris Mater da residência apostólica – se funda no anúncio do Evangelho e adquire a sua força e eficácia do sacrifício de Cristo. Para ser sacerdote o presbítero deve oferecer a si mesmo como Jesus.

O sacerdócio cristão só se explica como "dependência e como participação sacramental do sacerdócio de Cristo". O presbítero no altar não representa somente o Jesus "sumo sacerdote", mas também o Jesus "suma vítima":

"A oferta do sacerdote e de toda a Igreja, sem a oferta de Jesus, não seria nem santa, nem agradável a Deus, porque somos criaturas pecadoras. Mas também a oferta de Jesus, sem a oferta de seu corpo que é a Igreja, seria também ela incompleta e insuficiente, não no que diz respeito à salvação, mas para recebê-la."

Em seguida, o Pregador da Casa Pontifícia se deteve sobre o sacramento por excelência, a Eucaristia, sinal concreto da graça:

"Jesus quando diz "Tomai o meu corpo", nos dá a sua vida concreta, o seu ser vivido no tempo, as fadigas, as alegrias, tudo aquilo que preencheu a sua vida. Dizendo "Tomai, este é o meu sangue", nos dá a sua morte. A Eucaristia é a semente da vida e da morte de Jesus."

Aplicar essas palavras na vida cotidiana significa para um sacerdote oferecer tempo, recursos físicos e tudo aquilo que antecipa a morte como as mortificações e as enfermidades. O dia inteiro e não somente o momento da celebração é uma Eucaristia – observou Frei Cantalamessa. A Eucaristia – explicou ele – está profundamente ligada a todos os aspectos da vida e, em particular, ao trabalho:

"A Eucaristia é o fruto do trabalho do homem, mas não somente do trabalho agrícola, porque do trigo ao pão no altar tem o transporte, a transformação. Então, o trabalhador sabe que chega ao altar o fruto de seu trabalho, o seu suor está presente no produto que se torna oferta a Deus: a Eucaristia."

A Eucaristia – concluiu o Pregador da Casa Pontifícia – é alimento também para os jovens, sobretudo num mundo dominado pela instrumentalização do corpo, visto "como instrumento de prazer e de exploração". (RL)







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