REPRESENTANTE VATICANO FAZ PRONUNCIAMENTO NA ONU SOBRE QUESTÃO DE ABUSOS CONTRA MENORES
Genebra 11 mar (RV) - "A comunidade católica continua em seus esforços para
resolver definitivamente o problema dos abusos sexuais contra menores": foram as palavras
do Observador Permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Dom
Silvano Maria Tomasi. O Arcebispo fez seu pronunciamento, nesta quarta-feira, no encontro
anual sobre os direitos das crianças, no âmbito da 13ª sessão do Conselho dos Direitos
Humanos.
"O abuso sexual contra menores é sempre um crime odioso." Na abertura
de seu pronunciamento, Dom Tomasi citou as palavras de Bento XVI, recordando que o
Papa "a essa claríssima condenação da violência sexual contra as crianças e adolescentes,
acrescentou a dimensão religiosa, reiterando que o abuso é também um grave pecado,
que ofende Deus e a dignidade humana".
O Observador Vaticano acrescentou que
"a integridade física e psicológica dos menores é violada com consequências destrutivas.
Estudiosos demonstraram que as crianças vítimas de abusos reagem de modo diferente
à violência sexual" e que entre elas se registram "maiores probabilidades de gravidez
na adolescência, ociosidade, toxicomania e alcoolismo".
Em seguida, o Arcebispo
recordou que "nos últimos anos, em vários países, sacerdotes, religiosos e agentes
leigos católicos foram acusados de abusos contra menores e que muitos deles foram
condenados".
"Não há desculpas para esse comportamento", reiterou o prelado,
ressaltando que "a proteção contra as agressões sexuais permanece em primeiro lugar
na lista das prioridades de todas as instituições eclesiásticas que lutam para pôr
fim a esse sério problema".
Em seguida, o Observador da Santa Sé ressaltou
que as "medidas concretas para assegurar a transparência e a assistência às vítimas
e a seus familiares são o modo para aliviar a pena, a dor e o desalento provocado
pelos abusos".
Por isso, "a comunidade católica continua em seus esforços para
resolver definitivamente esse problema", afirmou Dom Tomasi, assegurando que "os culpados
por tais crimes são imediatamente suspendidos do exercício de suas funções e tratados
segundo a normativa civil e o Direito Canônico".
Além disso, outras medidas
legais foram tomadas para assegurar que "as crianças e os adolescentes, nas escolas
e nas instituições, sejam salvaguardados", e "muitas dessas medidas, legais ou administrativas,
dizem respeito ao reconhecimento e à punição dos abusos".
Daí, a ênfase dada
pelo representante vaticano à prevenção, definida como "o melhor remédio", o que se
traduz em "educação e promoção da cultura do respeito pelos Direitos Humanos e pela
dignidade de toda criança, especialmente mediante a utilização de métodos eficazes
para a seleção dos funcionários das escolas".
Por fim, o prelado sugeriu a
aplicação de algumas práticas que podem ajudar os menores e reconhecer e indicar o
comportamento incorreto dos educadores. (RL)