Roma, 11 mar (RV) - A liberdade religiosa 60 anos depois da Declaração Universal.
Este foi o tema debatido ontem na Pontifícia Universidade Lateranense, no Ato acadêmico
do qual participaram a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay,
e o secretário do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, o Bispo Mario Toso.
"Todos os seres humanos têm direito de viver livres do medo, livres para expressar
suas opiniões e livres para professar a sua fé" – afirmou a advogada sul-africana
Pillay, destacando a interdependência entre liberdade religiosa e os outros Direitos
Humanos e liberdades fundamentais.
Limitações a esse direito podem ser toleradas
somente para satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar
geral nas sociedades democráticas, explicou Pillay. Para ela, todavia, a liberdade
religiosa é frequentemente violada, inclusive por parte de autoridades políticas,
sobretudo em detrimento das minorias, como acontece no caso da luta ao terrorismo.
Por sua vez, Dom Mario Toso destacou os preconceitos que existem quando o
assunto é religião. O direito à liberdade religiosa ficou em segundo lugar, denunciou
o Bispo. Hoje, a religião, é considerada até mesmo "perigosa, fonte de conflitos sociais,
de subdesenvolvimento", analisou Dom Toso, lamentando o recrudescimento das perseguições
contra os cristãos. (BF)