Cidade do Vaticano, 10 mar (RV) - O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé,
Pe. Federico Lombardi, divulgou ontem uma nota a respeito do debate sobre os abusos
sexuais cometidos por parte de instituições eclesiásticas em países da Europa Central.
Mais
uma vez, Pe. Lombardi diz que têm sido dadas provas de "vontade e transparência" por
parte da Igreja.
Para a Santa Sé, "o ponto de partida correto é o reconhecimento
do que aconteceu e a preocupação com as vítimas e as consequências dos atos perpetrados
contra elas", para que, no futuro, "não se repitam estes fatos gravíssimos".
Segundo
o sacerdote jesuíta, as Conferências Episcopais da Alemanha, da Áustria e da Holanda,
entre outras entidades eclesiais, "responderam à manifestação do problema com rapidez
e determinação".
Após os casos verificados na Irlanda, com os quais o Papa
mostrou a sua preocupação junto ao respectivo episcopado, a nota da Santa Sé sublinha
que o direito canônico tem "procedimentos judiciais e penais" próprios para estas
situações.
Neste contexto, é citada a Carta "De delictis gravioribus" de 2001,
assinada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, que o Pe. Lombardi diz ter sido "um
sinal decisivo para recordar ao episcopado a gravidade do problema".
A nota
divulgada ontem conclui com votos de se faça "todo o possível" para melhor proteger
os jovens e as crianças "na Igreja e na sociedade", e de que se verifique uma "purificação
da própria Igreja".
"As pessoas objetivas e informadas sabem que a questão
é muito mais ampla. Centrar as acusações apenas na Igreja leva a distorcer a perspectiva"
– indica Pe. Lombardi. (BF)