Cidade do Vaticano, 08 mar (RV) - Hoje o mundo celebra o Dia Internacional
da Mulher. A data é ocasião para reivindicar a participação plena e igualitária na
sociedade e na luta contra a discriminação.
A ideia da existência de um dia
internacional da mulher foi proposta na virada para o século XX, no contexto da Segunda
Revolução Industrial, quando a mão-de-obra feminina começou a ser incorporada em massa
na indústria.
As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas,
eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. As operárias em fábricas
de vestuário e indústria têxtil foram protagonistas de um desses protestos no dia
8 de março de 1857, em Nova Iorque.
Fizeram uma greve e ocuparam as instalações
da fábrica, reivindicando melhores condições de trabalho, como a redução na carga
diária de 16 para dez horas, equiparação de salários com os homens e tratamento digno
no ambiente de trabalho. Naquela época, as mulheres chegavam a receber apenas um terço
do salário de um homem, pelo mesmo tipo de trabalho.
A manifestação foi reprimida
com violência e as mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que depois foi incendiada.
Aproximadamente 130 operárias morreram carbonizadas.
Muitos outros protestos
ocorreram nos anos seguintes: ainda em Nova Iorque, em 1908, 15.000 mulheres marcharam
exigindo a redução de horário, melhores salários e direito ao voto.
O primeiro
Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos,
por iniciativa do Partido Socialista da América.
No ano seguinte, realizou-se
a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhagen.
Nestes 100
anos, houve conquistas em vários segmentos da sociedade: do direito ao voto e a conquista
do mercado de trabalho, tivemos vitórias nos campos da saúde, da luta contra a violência
doméstica e contra a discriminação sexual. Mas ainda há muitas batalhas a serem travadas.
Conhecido
tradicionalmente como mês da mulher, março deve servir de reflexão sobre os inúmeros
problemas e as circunstâncias que ainda impedem a emancipação progressiva e harmoniosa
das mulheres.
Com o objetivo de reduzir, e eliminar o preconceito e a desvalorização
da mulher, promovem-se no mundo conferências, debates e reuniões para discutir o papel
da mulher na sociedade atual.
Se as conquistas femininas ganharam espaço
no mundo inteiro, na África os resultados têm sido mais brilhantes e visíveis. Concretamente,
em Angola, a participação das mulheres nos órgãos de decisão passou de 9,5% em 2004
para 40%, em 2009, com destaque para o Parlamento, onde a camada feminina é representada
por 39%, contra 12% em 2004. (CM)