Papa comenta Evangelho do domingo, ao meio-dia, na Praça de São Pedro. Saudação aos
peregrinos portugueses
(7/3/2010) Na alocução do meio-dia, da janela dos seus aposentos, antes do Angelus,
Bento XVI voltou a comentar as leituras da Missa, nomeadamente do Evangelho, em que
Jesus se vê interpelado sobre algumas desgraças ocorridas. “Perante a apressada
conclusão de considerar o mal como efeito da punição divina, Jesus restitui a verdadeira
imagem de Deus que é bom e não pode querer o mal, advertindo sobre a tendência a pensar
que as desgraças são o efeito imediato de culpas pessoais daqueles a quem acontecem”. Jesus
convida a fazer uma diferente “leitura” desses factos, colocando-os na perspectiva
da conversão: “as desventuras, os acontecimentos funestos, não devem suscitar em nós
curiosidade ou a busca de alegados culpados, mas devem antes constituir ocasiões para
reflectir, para vencer a ilusão de poder viver sem Deus, e para reforçar, com a ajuda
do Senhor, o empenho de mudar de vida”. Perante o pecado, Deus revela-se cheio
de misericórdia e não cessa de chamar de novo os pecadores a evitarem o mal, a crescerem
no seu amor e a ajudarem concretamente o pobre desamparado, para viverem a alegria
da graça. Mas a possibilidade de conversão exige que aprendamos a ler os factos da
vida na perspectiva da fé, isto é, animados pelo santo temor de Deus – sublinhou o
Papa. “Perante sofrimentos e lutos, é autêntica sabedoria deixar-se interpelar
pela precariedade da existência e ler a história humana com os olhos de Deus, o qual,
querendo sempre e só o bem dos seus filhos, por um desígnio imperscrutável do seu
amor, por vezes permite que sejam provados pelo sofrimento para os conduzir a um bem
maior”. Presentes desta vez na Praça de São Pedro peregrinos de língua portuguesa,
provenientes nomeadamente do patriarcado de Lisboa, aos quais o Papa reservou uma
saudação especial: “Saúdo cordialmente a todos os peregrinos de língua portuguesa,
de modo particular aos fiéis paroquianos de Santo António de Nova Oeiras, no Patriarcado
de Lisboa, desejando que esta vinda a Roma vos confirme na fé e na necessidade de
a transmitir aos outros, porque é dando a fé que ela se fortalece. A Santíssima Virgem
guie maternalmente os vossos passos. Acompanho estes votos, com a minha Bênção Apostólica”.