2010-03-06 13:28:58

SANTA SÉ RECORDA CENTRALIDADE DA PESSOA HUMANA


Genebra, 06 mar (RV) - Para superar a atual crise financeira, são necessárias “novas regras”. É o teor do discurso proferido pelo arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas, em Genebra.

As primeiras palavras de Dom Silvano Tomasi, no dia 3 de março, foram dedicadas ao povo do Chile, a quem expressou suas condolências e solidariedade.

O representante da Santa Sé falou no contexto da 13ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, ressaltando que “embora pareçam visíveis alguns sinais de recuperação, a crise continua a agravar as condições de vida de milhões de pessoas em seu acesso às necessidades básicas e tem comprometido negativamente os planos de aposentadoria de muitos”.

“Dados das Nações Unidas informam sobre as inúmeras conseqüências negativas da crise financeira: o escândalo da fome, a desigualdade crescente em todo o mundo, milhões de desempregados e pessoas reduzidas à pobreza extrema, deficiências institucionais, ausência de proteção social para os mais vulneráveis: desequilíbrios evidenciados pelo Santo Padre na recente encíclica Caritas in veritate” – recordou o Arcebispo italiano.

“A realização dos direitos humanos torna-se possível somente quando os Estados traduzem princípios em lei e mudam concretamente as realidades em seus territórios. O Estado é o primeiro ator na implementação dos direitos humanos, mas não pode deixar de colaborar com todos os outros ‘jogadores’ da própria sociedade civil e com a comunidade internacional, interligados e interdependentes, como somos hoje, no mundo globalizado”.

Para a Santa Sé, o objetivo comum é a proteção e o respeito da dignidade, que unem toda a família humana, uma unidade enraizada nos quatro princípios básicos da centralidade da pessoa humana, da solidariedade, da subsidiariedade e do bem comum.

Neste contexto, a revisão do Conselho de Direitos Humanos deve levar a uma mudança real no território e priorizar a implementação concreta dos direitos humanos.

“Na verdade, dando prioridade aos seres humanos e à ordem criada que os suporta em sua jornada terrena, podemos modificar as regras que regem o sistema financeiro, a fim de atuar mudanças concretas, afastar-nos do velho hábito da ganância, que nos levou à atual crise, e promover o desenvolvimento integral e a efetiva implementação dos direitos humanos, pois ‘o primeiro capital a preservar e valorizar é o homem, a pessoa, na sua integridade” (CV, 25).
(CM)







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