2010-03-06 15:56:32

PAPA A VOLUNTÁRIOS DA DEFESA CIVIL: SEJAM ÍCONES VIVOS DO BOM SAMARITANO


Cidade do Vaticano, 06 mar (RV) - O compromisso cotidiano de vocês os torna "ícones vivos" do Bom Samaritano: foi o caloroso agradecimento do Santo Padre aos 8 mil voluntários da Defesa Civil Italiana, que esta manhã lotaram a Sala Paulo VI, no Vaticano. O Estado e a política – ressaltou o Papa – não podem substituir o amor ao próximo.

Por sua vez, saudando o Pontífice, o chefe do Departamento da Defesa Civil, Guido Bertolaso, recordou os méritos dos numerosos voluntários engajados nas emergências, em particular em favor das vítimas do terremoto, que exatamente 11 meses atrás sacudiu a região italiana dos Abruços, deixando um dramático balanço de perdas humanas e materiais.

"O amor será sempre necessário, mesmo na sociedade mais justa." Bento XVI retomou a sua encíclica "Deus caritas est" para reiterar que "o amor pelo próximo não pode ser delegado". E ressaltou que "o Estado e a política, mesmo com as necessárias solicitudes pelo bem-estar, não podem substituí-lo":

"Não há nenhuma ordem estatal justa que possa tornar o serviço do amor supérfluo. Quem quer livrar-se do amor se dispõe a livrar-se do homem enquanto homem. Sempre haverá sofrimento que necessita de consolação, de ajuda."

Bento XVI prosseguiu seu discurso afirmando que o amor ao próximo "requer e exigirá sempre o compromisso pessoal e voluntário". É o que foi visto também nas últimas emergências nacionais e internacionais, bem como nas atividades de apoio a grandes eventos.

O Papa dirigiu seu pensamento às vítimas dos terremotos de São Juliano de Puglia – sul da Itália – e dos Abruços. Recordou a sua comovente visita a Onna e Áquila – nos Abruços – em abril do ano passado, onde pôde constatar pessoalmente o empenho da Defesa Civil em assistir as vítimas do abalo sísmico.

Bento XVI recordou também a assistência dada pelos voluntários da Defesa Civil aos jovens presentes em Roma no Dia Mundial da Juventude do ano 2000 e aos fiéis vindos a Roma em 2005 para a última saudação a João Paulo II. "Os voluntários – disse ainda o Pontífice – não são "tapa-buracos" na rede social, mas pessoas que realmente contribuem para delinear o rosto humano e cristão da sociedade."

"Sem voluntariado, o bem comum e a sociedade não podem durar muito porque o seu progresso e a sua dignidade dependem em boa parte daquelas pessoas que fazem mais do que o seu estrito dever."

Em seguida, Bento XVI fez uma comparação entre a figura do Bom Samaritano e o voluntariado da Defesa Civil. A personagem da qual nos fala o Evangelho de Lucas – ressaltou – assiste o desventurado no momento da máxima necessidade:

"O Bem Samaritano ensina, porém, a ir além da emergência e a predispor, podemos dizer, o retorno à normalidade. De fato, ele enfaixa as feridas do homem caído por terra, e depois se preocupa em confiá-lo ao albergueiro, a fim de que, superada a emergência, possa restabelecer-se."

O compromisso de vocês – disse o Santo Padre aos voluntários – "é um serviço prestado à dignidade do homem fundada em seu ser criado à imagem e semelhança de Deus". Daí, a exortação a serem testemunhas de caridade, abrindo o coração ao empenho em favor dos outros:

"Além de defensores do território, sejam cada vez mais ícones vivos do Bom Samaritano, dando atenção ao próximo, recordando a dignidade do homem e suscitando esperança (...) quem ama e serve gratuitamente o outro como próximo, vive a age segundo o Evangelho e toma parte da missão da Igreja, que sempre olha para a totalidade do homem e quer fazer-lhe sentir o amor de Deus."

Bento XVI recordou que o voluntariado da Defesa Civil tornou-se um fenômeno nacional italiano com um milhão e trezentos mil membros, subdivididos em mais de três mil organizações. E constatou que "as finalidades e os propósitos" da Defesa Civil "tiveram reconhecimento em apropriadas normas legislativas":

"Vocês constituem uma das expressões mais recentes e maduras da longa tradição de solidariedade que tem as suas raízes no altruísmo e na generosidade do povo italiano."

Os termos "defesa" e "civil" representam coordenadas preciosas e exprimem de modo profundo a missão da Defesa Civil – foi a reflexão do Pontífice. O Papa a definiu como uma verdadeira "vocação" proteger as pessoas e a sua dignidade nos casos "trágicos de calamidade e de emergência que ameaçam a vida e a segurança de famílias ou de inteiras comunidades". (RL)







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