2010-03-05 12:41:56

Nova evangelização e renovação interior de fiéis, pastores e comunidades: prioridades apontadas por Bento XVI aos bispos do Uganda


(5/3/2010) Recebendo nesta sexta-feira os Bispos do Uganda, na conclusão da sua visita “ad limina Apostolorum”, Bento XVI exortou-os a promoverem por todos os meios uma nova evangelização no país e uma renovação interna do tecido eclesial, a todos os níveis.

Começando por recordar o apelo que a recente assembleia sinodal para a África lançou para uma mais profunda evangelização do continente, o Santo Padre sublinhou que “a potência da palavra de Deus e o conhecimento e amor de Jesus não deixarão de transformar as vidas das pessoas”. Há que “encorajar os católicos do Uganda a apreciarem plenamente o sacramento do casamento na sua unidade e indissolubilidade, e o sagrado direito à vida”.

“Insto-vos a ajudar a todos, padres e leigos, a resistirem à sedução de uma cultura materialista de individualismo que se vem enraizando em tantos países. E continuai a clamar por uma paz duradoura assente na justiça, na generosidade para com os que se encontram em necessidade e no espírito de diálogo e reconciliação”.

Por outro lado, prosseguiu o Papa, no que diz respeito à promoção do “verdadeiro ecumenismo”, há que “estar especialmente perto dos que são mais vulneráveis ao avanço das seitas”.

“Levai-os a rejeitar sentimentos superficiais e uma pregação que esvaziasse da sua potência a cruz de Cristo. Será assim que, como Pastores responsáveis, continuareis a mantê-los fiéis à Igreja de Cristo”.

Bento XVI congratulou-se com a “consolação espiritual” que os católicos ugandeses continuam a encontrar em “formas populares de evangelização”, como é o caso – por exemplo – das peregrinações organizadas ao Santuário dos Mártires do Uganda, ocasião para Bispos e padres promoverem a renovação de cada pessoa e comunidade.

Para além disso, é indispensável incrementar a formação de “um laicado bem preparado, que intervenha activamente nos meios de comunicação, na política e na vida cultural”. Neste sentido, o Papa sugeriu que se organizem actividades formativas, nomeadamente no campo da Doutrina Social da Igreja, tirando partido dos recursos da Universidade Católica e de outras instituições.

“Encorajai os leigos a serem activos e empreendedores no serviço a tudo o que é justo e nobre. Toda a sociedade beneficiará de cristãos preparados e zelosos que assumam um papel de liderança a favor do bem comum.
Também os movimentos eclesiais fornecem a sua contribuição positiva à vida da Igreja, em muitos sectores”.

“Como primeiros agentes da evangelização”, os Bispos ugandeses foram exortados pelo Papa a serem “claras testemunhas da solidariedade concreta que nasce da nossa comunhão em Cristo”. Daqui a exortação a uma partilha e ajuda inter-diocesana, tanto em bens materiais como espirituais.

Uma palavra especial reservou-a Bento XVI aos “empenhados ministros da evangelização”, que são os padres:

“Neste Ano Sacerdotal, oferecei aos padres a vossa assistência, o vosso exemplo e o vosso ensinamento claro. Exortai-os a rezar e a vigiar, (precavendo-se) especialmente no que diz respeito a ambições individualistas no campo político ou económico… no que diz respeito a um excessivo
apego á família ou ao grupo étnico .
Os padres devem ser homens de Deus, capazes de, com o exemplo e o conselho prudente, guiar os outros pelos caminhos do Senhor”.

Idênticas exortações e advertências dirigiu-as o Papa, neste discurso aos bispos ugandeses, em relação aos catequistas e aos religiosos e religiosas. Os religiosos, assim como os padres – recordou Bento XVI – requerem um apoio permanente, na sua vida de celibato ou de virgindade consagrada:

“Com o vosso próprio exemplo, ensinai-lhes a beleza deste caminho de vida, de paternidade e maternidade espiritual, com o qual hão-de enriquecer e aprofundar o amor dos fiéis ao Criador e
Doador de todos os bens”.








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