Pastoral dos Ciganos na Europa no combate ás discriminações:responsáveis
nacionais reunidos no Vaticano até esta Quinta-feira
(3/3/2010) O Vaticano acolhe desde esta Terça-feira o Encontro dos Directores Nacionais
da Pastoral dos Ciganos na Europa. A iniciativa, que se prolongará por três dias,
foi inaugurada pelo presidente e secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral
dos Migrantes e Itinerantes, respectivamente D. Antonio Maria Vegliò e D. Agostino
Marchetto. O evento, que conta com a participação do director da Obra Católica
Portuguesa de Migrações, Fr. Francisco Sales, é dedicado ao tema “Solicitude da Igreja
para com os ciganos na Europa: situação e perspectivas”. Na intervenção de abertura,
D. Antonio Vegliò sublinhou que os organismos eclesiais são chamados a "denunciar
as injustiças e as desigualdades indignas, a fim de que a vida do homem se torne mais
humana". O prelado apelou a "um exame de consciência" sobre a "fidelidade à vocação
e missão na Igreja", que é de todos "e particularmente dos pobres". O arcebispo
observou que a história dos ciganos é "tristemente marcada por rejeições e perseguições",
admitindo que nesse percurso "a Igreja teve as suas culpas, directas ou indirectas,
quer com condenações abertas, quer com silêncios por vezes interpretados como conivências".
D.
Antonio Vegliò destacou, por outro lado, os “exemplos luminosos de cristãos" que marcaram
o caminho de reconciliação da Igreja em relação aos ciganos.
Referindo-se
ao encontro que termina nesta Quinta-feira, o presidente do Conselho Pontifício manifestou
a esperança de que seja permitido aos ciganos participar mais "da vida e da riqueza
da Igreja".
O prelado mencionou igualmente a situação dos ciganos na sociedade,
que é influenciada por "preconceitos e estereótipos de tal modo radicados (…) que
não permitem o desenvolvimento e amadurecimento de atitudes de abertura, acolhimento,
solidariedade e respeito". Continuam a observar-se fenómenos de racismo e de aversão
aos ciganos que, "muitas vezes, são um obstáculo à convivência pacífica, humana e
democrática", acrescentou.