Lugano, 03 mar (RV) – No último dia 20 de fevereiro, a Universidade da Suíça
Italiana, situada em Lugano, organizou um encontro internacional sobre a situação
das mulheres muçulmanas. Para lançar o debate convidou a doutora Huda Himmat como
conferencistas, que desenvolveu o tema: “Submeter-se... a quem?! Mulheres muçulmanas
falam de si mesmas”.
Quem é Huda Himmat? É uma empresária; tem um mestrado
em direito internacional conseguido na Universidade de Londres e até bem pouco tempo
era vice-presidente do Fórum europeu da juventude muçulmana, com sede em Bruxelas.
A
conferencista insistiu no fato que as discriminações em relação à mulher no Islã não
dependem do Corão ou da Suna, (conjunto de preceitos) mas de como são interpretados;
as discriminações são devido à ignorância dos pobres e ao machismo de certos homens.
Maomé – disse Himmat – jamais bateu em uma mulher e muitos versos corânicos falam
da dignidade das mulheres. Existem problemas, mas também na Europa, onde a violência
doméstica é a primeira causa de morte para as mulheres. Por sua vez, no Islã não existe
a submissão da mulher, como diz São Paulo.
“Essas reflexões – continuou a conferencistas
- nos ouvimos frequentemente na Europa da boca de muçulmanos. Ouve-se muitas vezes
que o Islã libertou a mulher árabe. Esses discursos apologéticos compreendem elementos
verdadeiros e outros não exatos. Pareceu-me útil fazer uma síntese da situação, para
esclarecer ainda mais”. “O meu objetivo – acrescentou - é de afirmar a possibilidade
do Islã de envolver e fazer envolver a sociedade, com a condição de aceitar repensar
a fé de modo mais profundo. Sendo esse um trabalho difícil, é necessário fazê-lo juntos,
cristãos e muçulmanos e outras religiões, com amizade e fraternidade.”
O “Dia
internacional da mulher", que festejaremos no dia 8 de março e que infelizmente está
assumindo cada vez mais uma conotação de evento comercial, - concluiu Himmat - é ocasião
para refletir sobre o significado da igualdade entre homem e mulher, e sobre as muitas
reais desigualdades existentes em muitos países do mundo, islâmicos e não islâmicos.”
(SP)