DOM NOSIGLIA: EDUCAR AS COMUNIDADES CRISTÃS A ACOLHEREM OS CIGANOS

Cidade do Vaticano, 03 mar (RV) - Prossegue, no Vaticano, o Encontro dos diretores nacionais da Pastoral dos Ciganos na Europa. Em conferência nesse encontro eclesial, que se conclui nesta quinta-feira, o arcebispo de Vicenza – nordeste da Itália – Dom Cesare Nosiglia, se deteve sobre a Pastoral dos Ciganos no contexto do território e da diocese. Entrevistado pela Rádio Vaticano, Dom Nosiglia indica as prioridades para favorecer uma integração que respeite a identidade das comunidades ciganas:

Dom Cesare Nosiglia:- "Em primeiro lugar, as comunidades cristãs devem ser educadas – a começar pelas paróquias, pelos sacerdotes, pelos conselhos pastorais – a acolherem a presença dos ciganos, conhecendo-os, indo encontrá-los, buscando verificar quais são as suas exigências, os seus problemas, ajudando-os em particular na escolarização dos filhos, ajudando em situações de mulheres em dificuldade por causa da maternidade... ou seja, a partir de coisas muito concretas. É preciso que isso seja para a Igreja um compromisso de base, algo que entre na pastoral ordinária. Qualquer pobre é aceito na comunidade, mas, infelizmente, muitas vezes, basta falar em ciganos que se cria alarme, porque – se diz logo – "roubam, porque são violentos, porque não trabalham"... Muitos estereótipos que não têm razão de ser. Portanto, a tarefa da Igreja é educar."

P. Também a comunidade cigana deveria fazer algo para tornar o diálogo mais fácil...

Dom Cesare Nosiglia:- "Da parte dos ciganos se deve ter um acolhimento mínimo das regras do país em que se encontram, porque indubitavelmente existem regras democráticas, regras de convivência civil que se exige que sejam acolhidas e, portanto, é preciso um caminho também da parte deles. Falando com eles se dá conta de que estão dispostos a fazer um percurso de inclusão social, no que concerne ao trabalho, ao estudo dos filhos... Porém, naturalmente, têm o seu modo de ser, a sua mentalidade. Portanto, é preciso tempo para se adequar a um certo estilo, a um certo modo de viver próprio das nossas sociedades. É preciso fazer um caminho juntos: cada um deve fazer a sua parte."

A Igreja no Brasil assiste os ciganos através da Pastoral dos Nômades, que inclui, em particular, além dos ciganos, os que vivem em circos e parques de diversão. (RL)