2010-03-03 15:02:42

Balanço das vitimas continua a agravar-se no Chile. Governo enfrenta uma nova ameaça: a vaga de pilhagens


(3/3/2010) A presidente do Chile, Michelle Bachelet, esta terça-feira, deu conta de um novo balanço das vítimas mortais do sismo e do maremoto que atingiram o seu país no sábado, que subiu para um total de 795.
"Aproximamo-nos dos 800 mortos", declarou a presidente, citada por vários média chilenos, durante uma visita-relâmpago à região de Curico, uma das cidades mais afectadas pelo sismo, onde visitou um hospital de campanha.
O novo balanço que apresentou resulta da combinação dos últimos dados do gabinete nacional de urgências com os obtidos localmente durante a visita.
Uma grande maioria das vítimas - 586 - morreu na região costeira de Maule, a 400 quilómetros a sudoeste de Santiago, que foi devastada pela maremoto que se seguiu ao tremor de terra, que atingiu os 8,8 na escala de Richter, no Centro/Sul do Chile.
O agravamento das situações de pilhagens e o aparecimento de grupos de autodefesa levaram o Governo chileno a alargar o recolher obrigatório, que passou a vigorar 18 horas por dia, das 18.00 às 12.00, nas regiões mais atingidas pelo sismo de sábado, e a mobilizar o dobro dos militares enviados para as áreas sinistradas, que passaram de sete mil a 14 mil, apoiados por 50 aviões de transporte e três barcos de guerra.
As populações nas regiões de Maule, Biobio, Talcahuano - onde uma importante base naval ficou destruída - e Concepción estão a barricar-se nas ruas e bairros. O objectivo é impedir o assalto de casas ou lojas, que começaram a registar-se no dia a seguir ao sismo. A falta de electricidade é um dos factores que estão a propiciar os assaltos, vendo-se civis com espingardas ou pistolas, junto de fogueiras.
A Presidente Michelle Bachelet afirmou ontem, após uma reunião com os responsáveis das forças armadas e das polícias, que "não serão toleradas acções criminosas" na origem de "tremendos danos materiais e humanos".
Bachelet definiu como prioridade "dar segurança e tranquilidade às populações", horas antes de se encontrar com a secretária de Estado Hillary Clinton, entretanto desembarcada na capital chilena, com 20 telefones-satélites. A área das telecomunicações foi das mais afectadas pelo sismo, cujo novo balanço indica 795 mortos e dois milhões de desalojados. Os EUA irão fornecer um hospital de campanha e sistemas de purificação da água. Também os países da região, a União Europeia, a Austrália, a Rússia e ONG internacionais mobilizaram importantes meios e verbas de apoio ao Chile.
Embora o Governo de Santiago se recuse a divulgar números, empresas de análise de desastres estimam o valor dos danos entre os 10% e 15% do valor do produto interno bruto chileno. Os analistas consideram que a economia chilena tem condições para uma rápida recuperação; por outro lado, o baixo nível de endividamento público permite ao Governo liberdade de manobras nos investimentos à reconstrução.








All the contents on this site are copyrighted ©.