2010-03-02 08:59:14

Bispos portugueses querem que a visita do Papa, em Maio, tenha consequências sociais, e apelam á participação de todo o país


(2/3/2010) O Conselho Permanente Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou esta Segunda-feira uma Nota Pastoral na qual pede que a próxima visita de Bento XVI, de 11 a 14 de Maio, não seja um “mero acontecimento passageiro, porventura muito participado e festivo”, mas antes “semente que germine e dê frutos de renovação espiritual, apostólica e social”.
“A visita do Papa Bento XVI a Portugal é um acontecimento de singular importância e, por isso, deve ser preparada condignamente, não apenas no brilho exterior e no ambiente festivo, mas sobretudo no horizonte da fé, da construção da unidade eclesial e de uma sociedade mais justa e fraterna”, indica o documento.
A Igreja, assinala a CEP, tem de “abrir caminhos de solução às dificuldades e crises que a nossa sociedade atravessa” e “revigorar a nossa caridade, dando maior consistência aos inúmeros espaços de solidariedade e acção social, como resposta aos dramas da sociedade, particularmente as novas formas de pobreza”.
Os Bispos consideram que Bento XVI “vem até nós como peregrino e a Igreja em Portugal deverá caminhar com o sucessor de Pedro, redescobrindo no cristianismo uma experiência de sabedoria e missão”.
Aos católicos, em particular, é pedido que sejam “capazes de dar um contributo positivo à construção de uma sociedade mais justa”, na “fidelidade à identidade cristã”, através de “uma vida que se quer mergulhada no mundo, mas diferente em opções e atitudes, e que, sobretudo pelo exemplo, anuncia Cristo e a sua boa nova”.
Os fiéis, sublinha a nota da CEP, têm de ser “apóstolos corajosos que concretizam uma necessária e urgente comunicação de Cristo nos ambientes do agir quotidiano: política e saúde, indústria e comércio, agricultura e pescas, educação e ensino, trabalho e lazer”.
“O dinamismo da Páscoa de Cristo precisa de encarnar em atitudes e gestos de esperança perseverante e de amor criativo”, acrescenta o documento episcopal.
Falar a todos
Os Bispos fazem questão de sublinhar que “a visita do Papa não é apenas a Lisboa, a Fátima e ao Porto, mas a todo o Portugal, a todos os portugueses e também aos nossos irmãos imigrantes que trabalham e convivem connosco”.
“O Papa a todos quer saudar, independentemente do seu credo ou da sua ideologia”, sublinham.
Nesse sentido, assinala a CEP, “a nossa presença nos diversos momentos e lugares do programa da visita, testemunhará o amor ao Papa e a vontade explícita de aceitar as suas propostas”.
O documento deixa algumas sugestões para a preparação da visita, que passam pela “oração pessoal e comunitária”, a participação nas “acções de formação que a Igreja costuma promover (Retiros, Cursos, Encontros, Palestras, Publicações) para abordar temas relacionados com o Papa”.
Às “Dioceses e Paróquias, Congregações e Movimentos” é deixado o apelo de “promover e facilitar a participação nas celebrações eucarísticas presididas pelo Santo Padre em Portugal (Lisboa, Fátima e Porto) e noutros encontros de sectores”.
Para facilitar a comunicação, a nota lembra que foi criado um site oficial – www.bentoxviportugal.pt – onde é possível encontrar informações, “de modo a dinamizar a preparação, a realização e a continuidade da visita”.
O documento da CEP assinala também que preparar a visita do Papa passa por “reavivar a nossa fé através de um encontro mais consciente com a Palavra de Deus” e “fortalecer a nossa unidade através de um projecto de pastoral comum, acolhido por todas as comunidades, com o intuito de poder responder às alterações civilizacionais em que vivemos”.
Testemunho
O documento recorda a mensagem preparada pelo Papa para a Quaresma 2010, afirmando a esse respeito que “a justiça será possível na medida em que se der ao homem o que ele verdadeiramente requer: Deus”. “Isto acontecerá através do testemunho de comunidades que se deixaram converter pelas interpelações de um anúncio fiel do Evangelho”.
Mais à frente, os Bispos frisam que “só vivendo em conversão permanente, a Igreja poderá apresentar se com credibilidade, num mundo em que se pretende impor o relativismo e o indiferentismo”.
Os católicos, indica a nota, devem mostrar ao mundo um “rosto de gente salva”. “É importante que Cristo actue em nós, nos redima, nos transforme a mente e o coração, nos liberte do mal. Só assim seremos verdadeiros rostos de Cristo no mundo onde Ele nos envia”.
 







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