Cidade do Vaticano, 28 fev (RV) - Com a conclusão, ontem, dos exercícios espirituais
de Quaresma, junto a seus colaboradores, hoje Bento XVI retomou suas atividades públicas,
comparecendo à Praça São Pedro para rezar o Angelus com os fiéis.
Neste segundo
domingo de Quaresma, o papa discorreu sobre o episódio da Transfiguração, inspirando-se
na liturgia de hoje, que reflete sobre o convite do Mestre, assim como consta no Evangelho
de São Lucas: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a
sua cruz e siga-me! (Lc 9,23). “Este – disse Bento XVI – foi um evento extraordinário;
um encorajamento na sequela de Jesus”.
Neste período de Quaresma, o papa convidou
todos a meditar assiduamente sobre o Evangelho, e pediu aos pastores que neste Ano
Sacerdotal, “sejam realmente permeados pela Palavra de Deus, a conheçam profundamente
e amem-na ao ponto que lhes dê vida e forme seu pensamento”.
Após a reflexão
litúrgica e a oração mariana, o papa dirigiu palavras de apelo às autoridades iraquianas
e à comunidade internacional, em relação à delicada fase política que o Iraque está
atravessando.
Aos políticos, o pontífice pediu que façam todo esforço possível
para que a população se sinta segura, de modo especial as minorias religiosas, mais
vulneráveis.
Representantes e religiosos da Igreja iraquiana e de outras Igrejas
do Oriente Médio encontraram-se esta manhã na Praça São Pedro para manifestar em favor
dos cristãos perseguidos, antes da oração do Angelus.
Dirigindo-se a eles,
o papa exortou também a comunidade internacional a esforçar-se em prol de um futuro
de reconciliação e de justiça para os iraquianos, e invocou de Deus, todo-poderoso,
o dom precioso da paz.
Bento XVI disse ter recebido com profunda tristeza
as trágicas notícias de assassinatos de cristãos na cidade de Mossul e ter acompanhado
com muita preocupação outros episódios de violência perpetrados contra pessoas indefesas,
de diversas pertenças religiosas, no Iraque.
“Ho seguito con viva preoccupazione
gli altri episodi di violenza, perpetrati nella martoriata terra irachena ai danni
di persone inermi di diversa appartenenza religiosa”.
O pontífice esclareceu
que sua preocupação é por todas as pessoas injustamente perseguidas, não apenas pelos
católicos. Bento XVI, que passou a última semana em retiro com a Cúria, revelou ter
rezado bastante por todas as vítimas daqueles atentados. Neste sentido, disse unir-se
à oração pela paz e pelo retorno da segurança, promovida pelo Conselho de Bispos de
Nínive; e animou as comunidades cristãs do Iraque a “não se cansarem de ser fermento
de bem pela pátria à qual, há séculos, pertencem plenamente”.
Enfim, Bento
XVI alertou os políticos do país para que não cedam à tentação de priorizar interesses
temporários e parciais em detrimento da incolumidade e dos direitos fundamentais da
cidadania.
Após este apelo, a atenção do pontífice voltou-se para o Chile,
abalado ontem por um terremoto de 8,8 graus na escala Richter e que conta até o momento
mais de 300 mortos.
Bento XVI pediu orações e solidariedade, garantindo o
apoio das organizações eclesiásticas às vítimas. O papa disse sentir-se próximo das
pessoas atingidas pela grave calamidade; e implorou a Deus que lhes alivie o sofrimento
e os encoraje, neste momento tão adverso.
“Me siento particularmente cercano
a la querida población chilena afectada por un gran terremoto en su País. En un momento
como éste, brota espontáneamente una plegaria al Señor por las víctimas y un mensaje
de aliento a todos para superar esta gran prueba”. Ouça aqui:
No final
do encontro, o papa concedeu a todos a sua bênção apostólica, recebendo os aplausos
dos presentes. (CM)