Cidade do Vaticano, 28 fev (RV) - A Igreja, como mãe diligente, nos oferece
a cada ano, um tempo apropriado para voltarmos à pergunta básica e fundamental: que
queremos de nossa vida? Nossa vida, para que, para quem?
O tempo da Quaresma,
chamado tempo de conversão, é composto de quarenta dias, ricos em leituras adequadas
ao nosso aprofundamento na amizade com Deus, e com propostas de alguns exercícios
piedosos como a Via-Sacra, entre outras orações, além da esmola e do jejum.
Em
nosso batismo demos o “sim” a Deus e o aprofundamos na primeira confissão, na primeira
comunhão e na crisma e em outras oportunidades que a vida nos propõe. Acontece que,
distraídos por diversos acontecimentos, nosso coração e nossa mente perdem a visão
objetiva da vida e se deixam levar por prazeres fugazes e opções mal feitas. Percebemos,
depois de um tempo, que não estamos mais no caminho começado e sim perdidos, envolvidos
com ações que nos distraem e que, de modo algum, saciam plenamente nossa fome de felicidade,
de realização. Apesar de vivenciarmos esses prazeres, continuamos carentes.
A
Quaresma é o tempo proposto pela Igreja para que retornemos ao caminho começado e
reencontremos o que sacia, de fato, nosso coração. Mas por que essa proposta de
oração, esmola e jejum?
A oração nos reaproxima do Senhor e nos faz ouvir seus
apelos, suas palavras de amor, mensagens que nos saciam. A esmola faz com que abramos
nosso coração ao irmão e vivamos a partilha, a solidariedade. Proporciona mais felicidade
dar do que receber, é uma grande verdade! O jejum faz com que eu coloque minhas expectativas
não naquilo que sacia minha sede de prazer, de segurança, mas na ação providente do
Pai.
Esses exercícios libertam-me de mim mesmo e de outros senhores que me
sufocam e não me deixam respirar aquele ar puro que minha existência anela.
O
Santo Padre, como um batizado que também precisa de conversão, de estar cada vez mais
voltado para Deus, sendo homem como todos aqueles que pastoreia, iniciou este tempo
de quaresma retirando-se da vida pública para, na solidão de seus aposentos, se dedicar
mais à oração e à reflexão.
Juntamente com Bento XVI, seus colaboradores mais
próximos também o seguiram nesse retiro para oração.
Cristão, eis a quaresma!
Deixe a graça de Deus agir em sua vida. Assim você terá vida com melhor qualidade
e será mais vida para os que estão ao seu lado.