Porto Príncipe, 26 fev (RV) – O Núncio Apostólico no Haiti, Arcebispo Dom Bernardito
Auza, fez um relatório sobre a situação atual dos seminaristas e um apelo à Missio
Inglaterra (Pontifícias Obras Missionárias), publicados pela Agência Fides. Segundo
o relatório a situação atual é essa: O Seminário Maior nacional (Teologia e Filosofia)
desabou, matando 15 seminaristas, um professor e alguns membros do pessoal de serviço.
Certo número de seminaristas feriu-se, dois ou três sofreram amputações. Muitos seminaristas
que ficaram presos em meio às ruínas foram salvos depois de alguns dias, outros conseguiram
sair sozinhos. Antes do terremoto, havia 159 seminaristas e 8 formadores residentes
e docentes do Departamento de Teologia, e 97 seminaristas e 2 formadores do Departamento
de Filosofia.
A Conferência Episcopal do Haiti decidiu que os 28 seminaristas
do quarto ano de Teologia poderão concluir o ano acadêmico. Serão alojados em tendas,
e ordenados diáconos durante o verão. Por falta de estruturas, os seminaristas
de teologia serão re-enviados às suas dioceses. Os respectivos Ordinários acertarão
as aulas com os professores, mas os seminaristas perderão o ano acadêmico.
Esta
decisão poderá eventualmente ser modificada, vista a situação de dependência de recursos
econômicos e em função de outras considerações. Os 97 seminaristas de filosofia serão
re-enviados às suas dioceses, e também perderão o ano acadêmico.
Os alunos
da pré-filosofia - cerca de 15 -, pertencentes à Diocese de Porto Príncipe serão hospedados
em lugares ainda não definidos.
O relatório do Núncio Apostólico destaca as
necessidades: os seminários e seminaristas perderam tudo. Nada se salvou, com exceção
de alguns livros da biblioteca do terceiro andar. As maiores exigências dos seminaristas
são roupas, artigos de cama e banho e tendas para dormir.
Muitos seminaristas
foram enviados às suas dioceses, que são extremamente pobres e precisam de assistência.
É preciso preparar um lugar para as tendas que hospedarão os 28 seminaristas de teologia
do quarto ano, e facilitar a utilização das salas, cozinhas, serviços, etc.
É
preciso também assegurar alimentos e hospedagem para estes estudantes, assim como
para todos os que permaneceram em suas dioceses. Devemos ainda obter um orçamento
para isso, destaca o Núncio. A maior parte das paróquias do Haiti não pode hospedar
os seminaristas porque não podem manter o seu sustento. Haiti era um país pobre antes,
e o é ainda mais depois do terremoto.
Também se deve comprar bíblias e textos
fundamentais (Documentos do Concilio Vaticano II, Catecismo da Igreja Católica, etc.),
pois os que existiam estão perdidos entre as ruínas. O método mais simples, mais
flexível e veloz para ajudar estes seminaristas é através de ajudas financeiras, que
podemos empregar com base nas exigências mais urgentes do momento.
O Núncio
Apostólico faz também um agradecimento à Missio-Inglaterra e Gales: “Obrigado também
por seu esforço em favor de nossos seminaristas traumatizados. Acreditamos que fazer
com que eles retomem uma vida ‘normal’ seja uma prioridade. Nenhum de nós (com exceção
de poucos) quer dormir dentro dos edifícios. Este é o ultimo desafio que temos que
considerar, na reconstrução”.
Dom John Dale, diretor nacional da Missio-Inglaterra
e Gales, disse: “Missio estará ao lado da Igreja do Haiti na tentativa de restabelecer
a normalidade. Estaremos lá para ajudar o Arcebispo Auza e os que estão trabalhando
para a assistência aos pastores do futuro. Missio estará lá, por todo o tempo de que
o povo do Haiti precisar de nós e por todos os anos necessários”. (SP)