2010-02-23 12:28:19

QUÊNIA: APELO DOS BISPOS


Nairóbi, 23 fev (RV) – Os bispos do Quênia auspiciam uma solução pacífica “nacional” para o impasse político que está bloqueando a atividade do governo de coalizão nas últimas duas semanas. No dia 6 de fevereiro o Primeiro-Ministro Raila Odinga, líder do partido de oposição ao Presidente Mwai Kibaki, demitiu dois ministros acusados de corrupção que, como o apoio do Chefe do Estado, rejeitaram o afastamento do cargo, pois não compete ao primeiro-ministro a nomeação ou a demissão de um ministro. Os dois ministros são o da Educação, Sam Ongeri e o da Agricultura, William Ruto. Os dois ministros são acusados de desvio de dinheiro.

Como resposta à atitude dos dois políticos o partido do primeiro-ministro, Orange Democratic Movement (ODM) decidiu boicotar as atividades do governo. Em uma declaração assinada, entre outros, pelo Cardeal John Njue e divulgada pela agência católica CISA, os bispos quenianos pedem ao partido Orange de pôr fim ao bloqueio das atividades do governo e que se encontre uma solução política para os atuais contrastes que – afirmam – corre o risco de levar o governo à paralisação total indo contra o interesse do país.

Segundo a nota, a solução para a atual situação deveria ser “autenticamente nacional”: “Devemos evitar recorrer à comunidade internacional para cada crise antes de ter utilizado todos os mecanismos internos para a solução pacífica dos conflitos”, escrevem os bispos, que exprimem ainda total apoio à nova Comissão “Verdade, Justiça e Reconciliação (TJRC)” encarregada de esclarecer as violências políticas que marcaram o país nos últimos anos.

Preocupação pelos possíveis desenvolvimentos da nova crise política no Quênia foi expressa também pela Comissão de Eminentes Personalidades da União Africana. Faz parte desta Comissão, entre outros, o ex-Secretário-Geral da ONU Kofi Annan, mediador da crise que teve início após as eleições políticas de 2007-2008. (SP)







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