2010-02-23 12:35:45

CELAM PEDE JUSTIÇA E SOLIDARIEDADE AOS POVOS LATINO-AMERICANOS


Bogotá, 23 fev (RV) - O Departamento Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) divulgou nos dias passados a declaração final da reunião anual realizada de 7 a 10 deste mês, para avaliar e planejar o trabalho da instituição.

No documento, fala-se detalhadamente da problemática que os povos da América Latina e do Caribe vivem devido à crise econômica e à mudança climática.

No campo social, o texto se concentra na exclusão: "A população da América Latina inicia o ano de 2010 com 9 milhões a mais de pobres em relação a 2009. A população pobre passou de 180 a 189 milhões. A pobreza cresceu no pior de suas formas: a indigência".

Segundo os especialistas do CELAM, as situações de pobreza e indigência são fatores que podem contribuir à geração de maiores índices de criminalidade – o que conduz, entre outras coisas, ao incremento da problemática penitenciária.

Como de costume, os pobres estão sofrendo muito mais a crise. Entre os mais afetados, se encontram crianças, mulheres, jovens, povos indígenas e afro-descendentes. De cada quatro jovens, um está fora do sistema educativo e do mercado de trabalho.

A crise econômica acentuou as agudas desigualdades latino-americanas, as maiores de qualquer outra região do mundo. "É uma das causas do porquê um Continente tão rico tenha tanta gente pobre."

Os paradoxos são muitos, como o fato de a América Latina produzir alimentos para o triplo de sua população atual. Tudo isso se agrava com o avance da corrupção generalizada, tanto no âmbito público como privado, com a falta de credibilidade política, com os neopopulismos e o desrespeito pelo meio ambiente.

O documento analisa ainda a catástrofe no Haiti, como um exemplo de que os desastres são problemas de falta de desenvolvimento. E recorda que, em 2010, oito países latino-americanos (Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, México, Paraguai e Venezuela) celebram 200 anos de independência.

"Fazemos votos de que esta possa ser uma ocasião propícia para restaurar os elementos que fundaram os nossos povos, abertos a um futuro humanista, cimentado em uma autêntica liberdade, em igualdade de oportunidades para todos e em uma fraternidade que consolide os vínculos de comunhão com os deserdados e excluídos."

"É necessário que nos reconheçamos como uma família de latino-americanos e caribenhos. (...). Devemos reafirmar que 'uma e plural, a América Latina é a casa comum, a grande pátria de irmãos'. (...) Somente assim seremos cristãos, não profetas de desventuras, mas portadores de Boas Novas para nossos povos" – conclui-se o documento do CELAM. (BF)







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