2010-02-22 17:42:53

Com luto decretado a nível nacional durante três dias, a Madeira procura retomar a normalidade. Apelo da Caritas Diocesana do Funchal
 


(22/2/2010) Entre a morte, a dor e a desolação, com luto decretado a nível nacional durante três dias, a Madeira procura retomar a normalidade. Mas as marcas de destruição são profundas e dificilmente serão apagadas nos próximos meses, sobretudo na baixa e zonas altas do Funchal. Ou mesmo na marginal da Ribeira Brava, o segundo maior palco de devastação.

Entretanto, os cães pisteiros das equipas de socorro da GNR que trabalham no local detectaram odor de cadáveres no Centro Comercial Anadia, na baixa do Funchal, onde prosseguem as operações de bombeamento de água dos pisos de estacionamento subterrâneo.

Durante todo o dia de ontem, aproveitando as condições atmosféricas favoráveis, intensificaram-se os trabalhos de desassoreamento das ribeiras e desobstrução das estradas, de modo a permitir as tarefas de localização e socorro aos mais de 250 desaparecidos. Todos temem que destes muitos venham a juntar-se aos 43 mortos até ontem identificados pelas autoridades locais, número que Alberto João Jardim, presidente do governo regional da Madeira, considerou “desproporcional” à centena de feridos, incluindo os 70 hospitalizados. O número de desaparecidos continua a gerar confusão, com as autoridades a apontarem para apenas 4 pessoas cujo paradeiro se desconhece.

Dadas as dificuldades nas deslocações e para não atrasar os trabalhos de localização de desaparecidos e de restabelecimento das acessibilidades, o governo regional decidiu encerrar hoje e amanhã as escolas do Funchal, Câmara de Lobos e Ribeira Brava — onde estudam mais de 30 mil alunos —, tendo também a Reitoria da Universidade da Madeira cancelado todas as actividades até quarta-feira.
Ontem, ao longo do dia, continuaram a chegar mensagens oficiais de vários países, entre os quais Espanha, França, Reino Unido, Rússia e CPLP.
A Cáritas Diocesana do Funchal está a apelar à doação de vestuário para adultos crianças e bebés – especialmente pijamas e meias – cobertores, mantas, roupa para casa, toalhas, produtos de higiene e calçado.
Em termos de alimentos são necessários enlatados, sobretudo comida que não necessite ser confeccionada.
A partir da manhã desta Segunda feira a Cáritas vai recolher mobília, colchões e equipamentos de cozinha A localização exacta do armazém onde estes bens ficarão guardados será divulgada através da Internet e da comunicação social. Por agora sabe-se que se situa no Bairro da Nazaré e que foi cedido pelos Investimentos Habitacionais da Madeira.
Em comunicado, a Cáritas do Funchal agradece às entidades estatais e particulares que se têm envolvido no apoio às vítimas das enxurradas na Madeira.
A Cáritas Portuguesa enviou 25 mil euros à congénere do Funchal para ajudar a fazer face às primeiras necessidades causadas pelo temporal, apoiando nomeadamente “o realojamento dos desalojados e, em articulação com a Protecção Civil, disponibilizando alimentos e agasalhos”.
A instituição anunciou também a criação de uma conta para onde podem ser enviados os contributos dos portugueses para ajudar os concidadãos madeirenses.








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