2010-02-19 17:40:29

ENCONTRO OBAMA-DALAI LAMA: DEBATE SOBRE A PAZ


Washington, 19 fev (RV) - Apesar da oposição de Pequim, o presidente norte-americano, Barack Obama, reuniu-se, nesta quinta-feira, com o líder político e religioso tibetano, o Dalai Lama Tenzin Gyatso. O encontro realizou-se na Casa Branca e durou mais de uma hora.

Os dois líderes – ambos prêmios Nobel da Paz – discutiram sobre a necessidade de promover a paz mundial, os valores humanos e a harmonia religiosa, segundo revelou o Dalai Lama, ao térmico do encontro.

O líder tibetano disse admirar os EUA desde criança, porque, segundo ele, o país é um defensor da "democracia, da liberdade e dos valores humanos".

Todo o encontro foi conduzido de forma discreta. Para não melindrar ainda mais os chineses, a Casa Branca lançou mão de vários gestos diplomáticos. O Dalai Lama não foi recebido como chefe de Estado, mas como o líder religioso e porta-voz dos tibetanos. Por isso, ele foi recebido na Sala dos Mapas e não no Salão Oval, uma honraria reservada apenas aos chefes de Estado.

Além disso, o encontro ocorreu em grupo e não de forma bilateral. Não houve entrevista coletiva após o encontro e a Casa Branca limitou-se a divulgar uma foto da reunião. À tarde, o líder tibetano reuniu-se com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.

Apesar dos cuidados, as autoridades chinesas manifestaram irritação pela realização do encontro e se disseram "fortemente insatisfeitas". Pequim considera o Dalai Lama como um líder separatista que busca a independência do Tibete. O líder tibetano afirma que quer apenas mais autonomia para a região. Ele vive exilado na Índia desde 1959.

Após o encontro, o secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, divulgou um comunicado, afirmando que Obama reiterou seu apoio à preservação dos valores religiosos e culturais do povo tibetano e à proteção dos direitos humanos dos tibetanos dentro da China.

No encontro, Obama elogiou a abordagem do "caminho do meio" adotada pelo Dalai Lama que prega maior autonomia para o povo tibetano, sem pretensões de independência: seria uma forma de preservar os interesses chineses, a segurança e a integridade territoriais, e os interesses tibetanos de proteção e preservação de sua cultura, religião e identidade nacional – argumentou o Dalai Lama.







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