2010-02-18 17:26:46

O encontro de Bento XVI com os párocos da Diocese de Roma no inicio da Quaresma: Padres obedientes e cheios de compaixão pela humanidade levam a luz ao mundo


(18/2/2010) Na manhã desta quinta feira o Papa Bento XVI teve um encontro com os párocos da diocese de Roma, na Aula das Bênções do Palácio Apostólico no âmbito de uma “lectio divina centrada nalgumas passagens da Carta aos Hebreus.
Sacerdotes plenamente homens e completamente de Deus, com o coração animado por um sentimento sobre todos, a compaixão pelo mundo e as suas misérias e animados pela obediência a Deus que não é renuncia mas um acto livre de adesão a Ele. Sobre estes pilares o Papa desenvolveu a sua lectio divina com os padres de Roma, partindo daquela que era a visão do Messias no Antigo Testamento e confrontando-a com aquilo que realmente Cristo representou na historia da Salvação.
Na convicção antiga o Messias devia revestir sobretudo um aspecto de realeza. O autor da Carta aos Hebreus , afirma o Papa descobre um versículo do salmo 110 “ Tu és sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque” e vai inseri-lo no seu texto lançado uma nova luz sobre a inteira Bíblia.
“Jesus não só cumpre a promessa de David, a expectativa inerente ao verdadeiro Rei de Israel, do mundo,, mas realiza também a promessa do verdadeiro sacerdote….O autor da Carta, descobrindo este versículo compreendeu que em Cristo estão unidas as duas promessas: Cristo é verdadeiro Rei, o Filho de Deus…mas também o verdadeiro sacerdote e assim o inteiro mundo cultual, toda a realidade dos sacrifícios, do sacerdócio que procura o verdadeiro sacerdote, o verdadeiro sacrifício , encontra em Cristo a sua chave, o seu cumprimento.”
O sacerdócio aparece portanto na sua pureza e na sua verdade profunda, prosseguiu o Papa que sublinhou uma outra característica do sacerdócio de Cristo que dá sentido á vocação de cada um dos ministros consagrados:
“Um sacerdote para ser realmente medianeiro entre Deus e o homem, deve ser homem (…) e o Filho de Deus fez-se homem precisamente para ser sacerdote, para poder realizar a missão do sacerdote(…) Esta é a missão do sacerdote….ser medianeiro, ponte que liga e assim leva o homem a Deus, á sua redenção, á sua verdadeira luz, á sua verdadeira vida.
Se um sacerdote é uma ponte que põe em comunhão a humanidade com a divindade, a sua alma deve nutrir –se - reafirmou o Papa - de oração diária e constante e da Eucaristia:
“Somente Deus pode atrair-me a si, pode autorizar-me, pode introduzir-me na participação no mistério de Cristo, somente Deus pode entrar na minha vida, agarrar a minha mão (…) Sempre de novo devemos voltar ao Sacramento, voltar a este dom no qual Deus me dá aquilo que eu nunca poderia dar (…) um sacerdote deve ser realmente um homem de Deus, deve conhecer Deus de perto e conhece-o em comunhão com Cristo. Devemos viver esta comunhão..
Esta opção de vida, insistiu Bento XVI, exige que um sacerdote seja um homem que desenvolve sentimentos e afectos segundo a vontade de Deus. Uma conversão que não é nada simples, se se considera aquela indulgencia desviante que se insinua na mentalidade corrente.
“Assim se diz: Mentiu, é humano, roubou, é humano . Mas isto não é o verdadeiro “ser humano”. Humano é ser generoso, humano é ser bom, humano é ser um homem da justiça (…) e portanto saindo, com a ajuda de Cristo, deste obscurecimento da nossa natureza (…) é um processo de vida que deve começar pela educação ao sacerdócio mas que deve realizar-se e continuar durante a vida inteira.
Um sacerdote que é antes de mais um homem plenamente realizado tem um coração votado á compaixão. Não é o pecado – observou o Papa – o sinal da solidariedade para com a fraqueza humana, mas a força de partilhar o seu peso para o redimir e purificar , com aquela mesma capacidade de comover-se que Jesus teve durante a sua vida e que lhe permitiu levar o seu grito de compaixão até aos ouvidos de Deus.
Nós sacerdotes não podemos retirar - nos num exílio, mas estamos imersos na paixão deste mundo e devemos com a ajuda de Cristo, em comunhão com Cristo, procurar transformá-lo, levá-lo para Deus.
Finalmente a obediência. Ela explicou o Papa: “È uma palavra que não nos agrada, não agrada ao nosso tempo. Obediência aparece como uma alienação, como uma atitude servil (…)Em vez da palavra obediência queremos como palavra chave antropológica “liberdade”. Mas considerando de perto este problema , vemos que estas duas coisas caminham juntas (…) Porque a vontade de Deus não é uma vontade tirânica (…) mas é precisamente o lugar onde encontramos a nossa verdadeira identidade (…) Peçamos realmente ao Senhor que nos ajude a ver intimamente que esta é a liberdade e de entrar assim com alegria nesta obediência e recolher o ser humano e levá-lo - com o nosso exemplo, com a nossa humildade. Com a nossa oração, com a nossa acção pastoral – á comunhão com Deus.








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