Cidade do Vaticano, 17 fev (RV) - Vamos recordar hoje nosso espaço dedicado
à Memória Histórica João Paulo I, Albino Luciani, conhecido também como "O Papa sorriso"
por causa de seu comportamento alegre e afável.
O Papa Sorriso nasceu na província
de Belluno, norte da Itália, em 17 de outubro de 1912. Seu nome de batismo fora uma
homenagem a um amigo da família, que morrera numa explosão em uma mina de carvão na
Alemanha.
De origem humilde, viu seu pai ser várias vezes forçado a buscar
trabalho em outros países, por causas das conseqüências da Primeira Guerra Mundial.
Sua mãe católica fervorosa o incentivou a seguir a formação religiosa. Albino foi
ordenado sacerdote em 1935.
Foi nomeado bispo por João XXIII e cardeal por
Paulo VI. Esteve presente no Concílio Vaticano II, convocado em 1962 por João XXIII.
Albino Luciani era o Patriarca de Veneza quando, aos 65 anos, foi eleito papa em 26
de agosto de 1978.
Seu pontificado foi breve. Faleceu em 28 de setembro de
1978, 33 dias após sua eleição à Cátedra de Pedro. No dia 27 de setembro, um dia antes
de morrer, João Paulo I realizou a sua última Audiência Geral. Ele falou sobre a caridade,
ressaltando "que amar é um viajar com o coração rumo a Deus. Viagem belíssima, embora
comporte muitas vezes sacrifícios". O Papa Sorriso falou também sobre o amor ao próximo,
afirmando que Jesus nos pede para amar não só com o sentimento, mas também com obras.
"Tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber" – disse Jesus.
"A
fome hoje não se refere somente a este ou aquele indivíduo, mas a inteiras populações"
– frisou João Paulo I, que acrescentou.
"Todos nos lembramos das notáveis
palavras do Papa Paulo VI: Os povos da fome interpelam de forma dramática os povos
da opulência. A Igreja estremece perante este grito de angústia e convida cada um
a responder com amor ao apelo do seu irmão (Populorum Progressio, 3). Neste ponto,
a justiça se une à caridade, porque — diz ainda Paulo VI — a propriedade privada não
constitui para ninguém um direito incondicional e absoluto. Ninguém tem o direito
de usar exclusivamente os bens em benefício próprio enquanto outros morrem de fome
porque nada possuem. Conseqüentemente, torna-se um escândalo intolerável qualquer
esbanjamento público ou privado, qualquer recurso exagerado aos armamentos (Ibid.,
53)."
"À luz destas vigorosas palavras podemos ver quantos indivíduos e povos
estão ainda longe de amar os outros "como a si mesmos", que é mandamento de Jesus"
– concluiu o Papa Sorriso. (MJ)