BISPOS MEXICANOS PEDEM QUE TRAFICANTES SE CONVERTAM
Cidade do México, 16 fev (RV) - A Conferência Episcopal Mexicana (CEM) pediu
ontem ao governo, aos políticos e à sociedade civil que se esforcem para tentar frear
de maneira urgente os altos índices de violência e de delinqüência no país, onde foram
assassinadas mais de 17.000 pessoas desde 2007.
O pedido foi feito durante
uma coletiva de imprensa, realizada na sede da CEM, em Cidade do México, para a apresentação
do documento "Que em Cristo, nossa paz, o México tenha vida digna". O bispo de Nuevo
Laredo, Dom Gustavo Rodríguez Vega, disse em nome dos bispos mexicanos que todas as
instâncias sociais devem se unir para fazer frente a este fenômeno.
Para a
CEM, existem dois fatores que promoveram o fenômeno do crime organizado no México:
o enfraquecimento do tecido social e uma crise da moralidade.
"A economia é
um dos âmbitos em que devemos buscar os fatores que contribuem à existência da violência.
A pobreza, o desemprego, os baixos salários e os níveis desumanos de vida expõem muitas
pessoas à violência" – declarou Dom Rodríguez Vega.
Ele sublinhou a necessidade
de acabar com "os privilégios da classe política" também como modo para deter a insegurança.
Dom Rodríguez Veja alertou ainda para a gravidade de que a cidadania assuma a violência
como algo natural.
No documento, dirigido a políticos, organismos civis e aos
meios de comunicação, se faz um chamado a autoridades federais, estaduais e municipais,
assim como ao Exército, para que tratem o crime organizado não somente como um problema
de segurança, mas também de "saúde pública".
Por fim, um apelo a quem exerce
a violência, para que abandonem a prática: "Arrependam-se e mudem de vida! Busquem
a vida e não somente a morte. Deus está sempre disposto a perdoar-lhes".
O
documento sobre a situação da violência no México é fruto de um ano de trabalho por
parte de católicos do país. (BF)