2010-02-15 18:40:20

DIRETOR DA CARITAS DE ROMA: OLHAR DE AMOR DO PAPA, SINAL DE ESPERANÇA PARA ÚLTIMOS DA SOCIEDADE


Cidade do Vaticano, 15 fev (RV) - A Igreja ama os pobres e jamais os abandona: ressoam forte as palavras de Bento XVI, pronunciadas ontem, domingo, no Centro da Caritas da Estação Terimini de Roma.

Tratou-se de uma visita intensa que ofereceu ao papa a oportunidade de encontrar os pobres da cidade, como também os que buscam testemunhar concretamente o amor de Cristo pelos últimos da sociedade.

Para uma reflexão sobre os frutos desse importante evento, a Rádio Vaticano ouviu o diretor da Caritas Diocesana de Roma, Mons. Enrico Feroci. Eis o que disse:

Mons. Enrico Feroci:- "O que muito me impressionou, para além das palavras que o Santo Padre nos disse, foi o seu olhar participativo e muito presente à situação que lhe foi apresentada. Vi que o papa comunicava muito com o olhar compadecido diante das pessoas, das dificuldades que lhe foram contadas; ao mesmo tempo, os olhos repletos de alegria diante da esperança... Portanto, o fruto dessa visita creio que seja para nós o dar uma maior atenção à pessoa, com um olhar atento capaz de ver aquilo que a pessoa deseja, e assim comunicar-nos. Trata-se do ver que vem da parábola do Evangelho, do Bom Samaritano, que vê a pessoa ferida por delinqüentes e para para socorrê-la."

P. Com as suas palavras, com a sua visita o papa lançou um desafio a toda a cidade, a toda a comunidade romana, não somente aos fiéis, a serem acolhedores, a trabalharem por uma sociedade mais justa, mais solidária...

Mons. Enrico Feroci:- "Sim, repito com veemência: justamente a alegria de ouvir aquelas palavras do papa. Nós somos discípulos de Cristo e o nosso colocar a caridade em primeiro lugar creio que seja o mandamento do Senhor. Porém, o papa nos recordou: não se pode separar a justiça da caridade, nem a caridade da justiça, e creio que essa seja a mensagem que está nos dando nestes anos através de suas encíclicas. Continuamente! Ele o recordou-nos nessa visita de modo muito forte: não basta a economia para resolver os problemas do homem; é necessário, nessa realidade, acrescentar a realidade do amor, da doação, da gratuidade, do serviço, do dar a própria vida – como fez Cristo – para o bem dos outros."

P. Entre os muitos momentos vividos na visita do papa ao Centro da Caritas diocesana de Roma, houve algum que o tenha marcado de modo particular e que de algum modo sintetize essa visita?

Mons. Enrico Feroci:- "Como já acenei, o olhar do papa. Apresentamos ao pontífice o crucifixo que foi tirado dos escombros da igreja da localidade de Onna, atingida pelo terremoto: restauramos o crucifixo e o apresentamos ao Santo Padre. Quando o viu ficou em silêncio e permaneceu olhando quase em adoração, porque havia entendido o significado que queríamos dar àquele crucifixo: destruído pelo terremoto, assim como o homem pode ser destruído pelo terremoto da sociedade, da vida... Foi restaurado. Assim, o pontífice entendeu que também aqui há esse esforço de "restaurar" as pessoas e acolhê-las pela dignidade que elas têm. (RL)







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