2010-02-13 14:11:34

É perigoso o Estado que pretende ser fonte da ética, salientou o Papa num discurso á Academia Pontifícia para a Vida: a lei moral seja a bússola perante problemas de interpretação.


Bento XVI recebeu em audiência nesta sábado os participantes na assembleia plenária da Academia Pontifícia para a vida que nestes dias debate no Vaticano o tema da bioética e a lei natural.
No seu discurso o Papa começou por salientar que as problemáticas que andam á volta do tema da bioética permitem verificar quanto as questões que lhe são inerentes colocam em primeiro plano a questão antropológica. E a este propósito citou uma passagem da sua ultima encíclica Caritas in veritate:
“Hoje, um campo primário e crucial da luta cultural entre o absolutismo da técnica e a responsabilidade moral do homem é o da bioética, onde se joga radicalmente a própria possibilidade de um desenvolvimento humano integral. Trata-se de um âmbito delicadíssimo e decisivo, onde irrompe, com dramática intensidade, a questão fundamental de saber se o homem se produziu por si mesmo ou depende de Deus. As descobertas científicas neste campo e as possibilidades de intervenção técnica parecem tão avançadas que impõem a escolha entre estas duas concepções: a da razão aberta à transcendência ou a da razão fechada na imanência.”.
As questões de bioética – acrescentou depois Bento XVI – muitas vezes colocam em primeiro plano a referencia á dignidade da pessoa, um principio fundamental que a fé em Jesus Cristo Crucificado e Ressuscitado sempre defendeu sobretudo quando não é respeitado em relação aos sujeitos mais simples e sem defesa.
“Sem o principio fundamental da dignidade humana seria árduo encontrar uma fonte para os direitos da pessoa e impossível chegar a um juízo ético em relação ás conquistas da ciência que intervêm directamente na vida humana.
É necessário portanto repetir com firmeza que não existe uma compreensão da dignidade humana ligada apenas a elementos externos como o progresso da ciência , a gradualidade na formação da vida humana ou o piedosíssimos fácil perante situações limite . Quando se invoca o respeito pela dignidade da pessoa é fundamental que ele seja pleno, total e sem laços, a não ser aqueles que nos encontramos sempre perante uma vida humana.”.
No seu discurso Bento XVI salientou que embora emergindo com uma insistência cada vez maior a referencia aos direitos que garantem a dignidade da pessoa, nota-se que nem sempre tais direitos são reconhecidos á vida humana no seu desenvolvimento natural e nos estados de maior debilidade.
“Tal contradição torna evidente o empenho que se deve assumir nos vários âmbitos da sociedade e da cultura para que a vida humana seja reconhecida sempre como sujeito inalienável de direito e nunca como objecto submetido ao arbítrio do mais forte.
A historia mostrou quanto pode ser perigoso e deletério um Estado que procede na criação de leis sobre questões que tocam a pessoa e a sociedade, pretendendo ser ele mesmo fonte e principio da ética.








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