Cidade do Vaticano, 12 fev (RV) – A um mês da tragédia que assolou o Haiti,
o número de vítimas e de desabrigados não para de crescer nas estatísticas apresentadas
pelo governo local. Ao mesmo tempo, os indicadores da solidariedade progridem e a
resposta imediata da Igreja Católica, em especial no Brasil, ao país mais pobre das
Américas dá um sinal de esperança em meio ao desastre.
Os números oficiais
de mortos no sismo já superaram 170 mil pessoas. O Brasil também teve grandes perdas,
vítimas entre civis e militares, diante da tragédia: recordamos a lastimável perda
da fundadora da Pastoral da Criança, a pediatra e sanitarista Dra. Zilda Arns, que
se encontrava no Haiti para uma conferência.
A comunicação com a ilha continua
sendo dificultosa, mas a visita do secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa,
além do contato com alguns religiosos missionários brasileiros que vivem no Haiti,
confirma a gravidade da situação, num país que mesmo antes do terremoto já padecia
de tantos males estruturais.
O secretário-geral da CNBB destacou em seu retorno
ao Brasil, após uma visita à ilha, acompanhando uma missão do governo brasileiro,
que, além do auxílio humanitário emergencial, sem dúvida, necessário, foi solicitada
à Igreja no Brasil uma ajuda missionária para o Haiti.
“Os Redentoristas, as
Filhas da Caridade, os Espiritanos e várias outras congregações já tinham padres e
religiosas brasileiras trabalhando no Haiti” – afirmou Dom Dimas em seu retorno ao
Brasil.
“O próprio capelão da Força Tarefa Brasileira, padre major Lázaro Mendes,
faz um trabalho muito bonito por lá, com atividades religiosas diárias, com um pelotão
diferente a cada dia. Além do ponto de vista da ajuda humanitária emergencial, precisamos
cuidar também que se promova um reforço missionário” – declarou o secretário-geral
da CNBB ao jornal da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Dom Dimas explicou que
tem “recebido telefonemas na CNBB de padres e até bispos que estão se oferecendo para
ir ao Haiti de maneira permanente”. Tais solicitações serão estudadas junto às autoridades
da Igreja no Haiti para verificar a necessidade e a real possibilidade de enviar novos
missionários neste momento delicado.
A solidariedade dos fiéis brasileiros
têm se mostrado de forma efetiva. A Cáritas Brasileira e a CNBB, através da Campanha
SOS Haiti, já arrecadaram mais de R$ 3 milhões de reais. Deste montante, R$ 1 milhão
já foi repassado para o seu destino na ilha. (RD)