Santa Sé lança apelos à protecção dos oceanos, sobretudo da pesca ilegal e alerta
para as condições de vida dos pescadores
(11/2/2010) "A Igreja não pode ignorar as difíceis condições em que vivem muitos
pescadores e suas famílias. Por isso, é urgente pensar em novos modelos de pastoral",
frisou o secretário do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes, D. Agostino
Marchetto. A exigência foi colocada nesta Quarta-feira aos participantes na assembleia
da Comissão Internacional do Apostolado do Mar, que se reuniu no Vaticano. "A capacidade
da natureza foi forçada até o limite e não podemos continuar desta maneira. Os governos
devem sentir-se responsáveis por observar rigorosamente as leis, a fim de proteger
os oceanos, sobretudo da pesca ilegal", declarou o arcebispo italiano. D. Agostino
Marchetto recordou "que a pesca sempre foi uma das maiores fontes de sustento para
a humanidade, mas o desenvolvimento tecnológico e a globalização causaram um profundo
impacto no sector". "Os pescadores no mundo são mais de 30 milhões e metade deles
trabalha (…) muitas vezes em condições difíceis”, assinalou o responsável. Por outro
lado, milhares de pessoas que dependem dessa actividade para viver “enfrentam o problema
da falta de recursos e da competição com as grandes indústrias", acrescentou. O
arcebispo lembrou que das quinze maiores áreas de pesca no mundo, quatro já foram
extintas e nove caminham para o mesmo fim. Para D. Agostino Marchetto, a "Convenção
sobre o Trabalho na Pesca", de 2007, é o mais importante documento internacional dos
últimos 40 anos neste ramo de actividade. O compromisso do Apostolado do Mar com várias
comunidades de pescadores e os contactos que mantém com muitos governos podem contribuir
“para realizar neste momento uma função importante com vista à ratificação" do documento,
referiu o secretário do Conselho Pontifício