BENTO XVI: PROMOVER UM MUNDO CAPAZ DE ACOLHER OS DOENTES COMO PESSOAS
Cidade do Vaticano, 11 fev (RV) - O Santo Padre presidiu esta manhã, na Basílica
de São Pedro, no Vaticano, a celebração eucarística com os doentes, por ocasião do
18° Dia Mundial do Enfermo que se celebra nesta quinta-feira, memória litúrgica de
Nossa Senhora de Lourdes.
Em sua homilia o papa frisou que a Igreja tem o compromisso
de perpetuar a missão de Cristo, cuidar da evangelização e dar atenção aos doentes,
no corpo e no espírito.
"Maria, mãe e modelo da Igreja, seja invocada e venerada
como "Salus infirmorum", "Saúde dos enfermos". Como primeira e perfeita discípula
de seu Filho, Ela sempre demonstrou, ao acompanhar o caminho da Igreja, uma solicitude
especial para com os sofredores. Como testemunho disso, milhares de pessoas procuram
os santuários marianos para invocar a Mãe de Cristo, e encontram Nela força e alívio"
– frisou o papa.
Bento XVI recordou o 25° aniversário do Pontifício Conselho
da Pastoral para os Agentes de Saúde, instituído por João Paulo II com o Motu Proprio
Dolentium Hominum de 11 de fevereiro de 1985, que mostra a dedicação da Igreja para
com os doentes. Instituindo um organismo dedicado à Pastoral da Saúde, a Santa Sé
quis dar sua contribuição a fim de "promover um mundo capaz de acolher os doentes
como pessoas" - ressaltou o pontífice.
Na memória das aparições, em Lourdes,
lugar escolhido por Maria para manifestar sua materna solicitude pelos enfermos, a
liturgia de hoje reflete sobre o Magnificat, o canto da Virgem que exalta as maravilhas
de Deus na história da salvação.
"O Magnificat é o canto de ação de graças
de quem conhece os dramas da vida, mas confia na obra redentora de Deus. É um canto
que mostra a fé vivida por gerações de homens e mulheres que colocaram em Deus suas
esperanças e se comprometeram, como Maria, a ajudar os irmãos mais carentes. No Magnificat
ouvimos a voz de tantos Santos e Santas da caridade" – sublinhou o papa.
O
Santo Padre falou ainda sobre o papel dos doentes na Igreja. "Um papel ativo ao provocar,
por assim dizer, a oração feita com fé" – disse ainda Bento XVI.
"Quem está
doente, chame os presbíteros. Neste Ano Sacerdotal, ressalto com prazer a relação
entre doentes e sacerdotes, uma espécie de aliança, de cumplicidade evangélica. Ambos
têm um dever: o doente deve chamar os padres e eles devem responder, para atrair,
na experiência da doença, a presença e a ação do Ressuscitado e de seu Espírito" –
frisou o Santo Padre.
O papa destacou a importância da Pastoral da Saúde,
cujo valor é realmente incalculável, "pelo bem imenso que oferece aos enfermos, primeiramente,
e ao próprio sacerdote, mas também aos familiares, conhecidos, à comunidade, e através
de caminhos misteriosos e desconhecidos, a toda a Igreja e ao mundo".
O Santo
Padre lembrou o Papa João Paulo II, que na Carta Apostólica Salvifici Doloris ressalta:
"Cristo ensinou o homem a fazer o bem com o sofrimento e, ao mesmo tempo, a fazer
o bem a quem sofre. Sob este duplo aspecto, revelou completamente o sentido do sofrimento"
(n° 30).
"Que a Virgem Maria nos ajude a viver plenamente esta missão" – concluiu
Bento XVI. (MJ)