2010-02-11 12:16:21

A Igreja não pode descuidar duas obras essenciais: evangelização e cuidado dos doentes no corpo e no espírito: Bento XVI na homilia da Missa do dia mundial do doente
 
 


(11/2/2010) “Como primeira e perfeita discípula do seu Filho, Maria sempre mostrou, acompanhando o caminho da Igreja, especial solicitude pelos que sofrem” – sublinhou Bento XVI, na homilia, comentando as leituras da missa. Os Evangelhos - observou – atestam que Jesus “anuncia a Palavra e realiza curas de doentes, sinal por excelência da proximidade do Reino de Deus”.

“A Igreja, à qual está confiada a tarefa de prolongar no espaço e no tempo a missão de Cristo, não pode descuidar estas duas obras essenciais: evangelização e cuidado dos doentes no corpo e no espírito. Deus, de facto, quer curar todo o homem e no Evangelho a cura do corpo é sinal do restabelecimento mais profundo que é a remissão dos pecados”.

“Expressão privilegiada desta solicitude” pelos doentes é – considerou o Papa - o Conselho Pontifício para a Pastoral no campo da Saúde, instituído há 25 anos por João Paulo II. Bento XVI reservou uma especial saudação a todos os que, nesta instituição da Santa Sé, mas também noutras associações e organismos, se empenham neste campo. Referidos também, expressamente, os doentes e voluntários que se encontravam sintonizados com a basílica de São Pedro, a partir de variados santuários marianos, nomeadamente Lourdes, Fátima e Czestochowa.
Neste dia em que se comemoram as aparições em Lourdes, “lugar escolhido por Maria para manifestar a sua solicitude materna pelos enfermos”, com razão a liturgia faz ecoar o Magnificat, “o cântico da Virgem que exalta as maravilhas de Deus na história da salvação: os humildes e indigentes, como todos os que temem a Deus, experimentam a sua misericórdia”.

“O Magnificat não é o cântico dos que são bafejados pela sorte, a quem tudo vai sempre de vento em popa. É, isso sim, a acção de graças de quem reconhece os dramas da vida, mas confia na obra redentora de Deus. É um canto que exprime a fé provada de gerações de homens e mulheres que puserem em Deus a sua esperança e que, como Maria, se empenharam pessoalmente em ajudar os irmãos necessitados”.

“Quem vive de modo prolongado junto das pessoas que sofrem, conhece a angústia e as lágrimas, mas também o milagre da alegria, fruto do amor”.

“Como Maria, a Igreja guarda dentro de si os dramas do homem e a consolação de Deus, mantém-nos conjuntamente, ao longo da peregrinação da história. Através dos séculos, a Igreja mostra os sinais do amor de Deus, que continua a operar grandes coisas na pessoas simples e humildes”.

Na parte final da homilia, comentando a segunda leitura da Missa, da Carta de São Tiago, que contém o fundamento e a praxis do sacramento da Unção dos doentes, Bento XVI fez notar que ali se torna “evidente o prolongamento de Cristo na sua Igreja: é Ele que actua, mediante os presbíteros; é o seu Espírito que opera mediante o sinal sacramental do óleo; é a Ele que se dirige a fé, expressa na oração”. Neste contexto, o Papa quis sublinhar o estreito elo entre padres e doentes, “uma espécie de aliança”:

“Neste Ano Sacerdotal, compraz-me sublinhar o elo entre o doente e o sacerdote, uma espécie de aliança, de cumplicidade evangélica. Ambos têm uma tarefa: o doente deve chamar os presbíteros, e estes devem responder, para atrair sobre a experiência da doença a presença e a acção do Ressuscitado e do seu Espírito”.

Aqui se vê – anotou o Papa, quase a concluir – “toda a importância da pastoral dos doentes, de valor verdadeiramente incalculável, pelo bem imenso que faz, em primeiro lugar ao doente e ao próprio padre, mas também aos familiares e conhecidos, à comunidade e, através vias ignotas e misteriosas, a toda a Igreja e ao mundo”.

“De facto, quando a Palavra de Deus fala de cura, de salvação, de saúde do doente, entende estes conceitos em sentido integral, sem nunca separar alma e corpo; um doente curado pela oração de Cristo, mediante a Igreja, é uma alegria na terra e no céu, uma primícia da vida eterna”.








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