Comunicado da Secretaria de Estado nega envolvimento na demissão do director do jornal
da Conferencia Episcopal Italiana e fala em campanha difamatória
(10/2/2010) A Santa Sé negou esta Terça-feira que o director do jornal do Vaticano
esteja envolvido no caso que levou à demissão do jornal da Conferência Episcopal Italiana
(“Avvenire”), Dino Boffo. Em comunicado da Secretaria de Estado do Vaticano é referido
que “desde 23 de Janeiro se estão a multiplicar, sobretudo na imprensa italiana, notícias
e reconstruções que se referem aos eventos ligados à demissão do director do jornal
católico ‘Avvenire’, com a evidente intenção de demonstrar uma implicação do director
de ‘L'Osservatore Romano’, chegando a insinuar responsabilidade do Cardeal Secretário
de Estado". Recentemente, o jornal italiano “La Repubblica” afirmou que Vian, director
do Osservatore Romano, e o Cardeal Tarcisio Bertone estariam por detrás das acusações
que levaram à saída de Boffo do “Avvenire”. “O Santo Padre Bento XVI, que sempre
esteve informado [sobre o caso], deplora estes ataques injustos e injuriosos, renova
plena confiança nos seus colaboradores e reza para que quem tem verdadeiramente no
coração o bem da Igreja aja com todos os meios a fim de que se afirmem a verdade e
a justiça", afirma a nota divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé. O comunicado
assegura que estas informações "não têm qualquer fundamento", desmentindo que tenha
partido do Vaticano o envio de "documentos que são a base da demissão". A Santa
Sé nega também que o director do jornal do Vaticano "tenha dado informações sobre
estes documentos", tenha "escrito sob pseudónimo ou inspirado artigos noutros jornais". De
acordo com o comunicado assinado pela Secretaria de Estado, "parece claro" que as
denúncias têm a intenção de atribuir a Vian "de modo gratuito e calunioso, uma acção
desmotivada, irracional e malvada". A Secretaria de Estado do Vaticano considera
que a polémica sobre Boffo está a dar lugar a uma campanha difamatória contra a Santa
Sé que envolve o próprio Papa. A presidência da Conferência Episcopal Italiana
condena igualmente a “campanha difamatória contra a Santa Sé”, desejando que esta
intervenção “contribua para serenar o clima”.