Itaici (SP), 09 fev (RV) - Encerra-se hoje o 13º Encontro Nacional de Presbíteros,
que nesta edição no Ano Sacerdotal, reuniu mais de 500 padres.
Ontem foi a
vez da palestra de Dom Antônio Possamai, bispo emérito de Ji-Paraná (RO) e vice-presidente
da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, que apontou as carências de recursos
humanos e econômicos como os dois maiores desafios a serem vencidos pela evangelização
na Amazônia.
“Há regiões na Amazônia em que a maioria dos seringueiros não
sabe o que é missa. Eles têm e sabem o que é o batismo, mas não a missa” - disse Dom
Possamai para explicar a carência de padres na região. “Em Ji-Paraná, onde fui bispo,
havia paróquias com 150 a 170 Comunidades Eclesiais de Base que tinham três ou quatro
missas por ano” - acrescentou.
De acordo com o bispo, a preocupação da CNBB
com a Igreja na Amazônia tem crescido e uma das formas de responder aos desafios na
região foi a criação, em 2002, de uma comissão de bispos para a Amazônia. A Comissão
é presidida pelo bispo emérito de Pelotas (RS) e ex-presidente da CNBB, Dom Jayme
Chemello.
“A Comissão Episcopal para a Amazônia tem dois objetivos. Primeiro,
desenvolver uma ação que desperte as dioceses e paróquias para a realidade da Igreja
na Amazônia” - disse o vice-presidente. “Em segundo lugar, a Comissão quer chamar
a atenção da sociedade brasileira para que trate a Amazônia com mais respeito. Ela
é vista como a região para praticar a gatunagem. Continua sendo uma região onde o
povo nunca é consultado. Por exemplo, já saquearam toda a madeira de Rondônia” - completou.
Dom
Possamai enumerou as iniciativas da Comissão para a Amazônia com destaque para a Semana
Missionária para a Igreja na Amazônia, realizada pela primeira vez, em outubro do
ano passado. “Esta Semana foi criada para convencer a Igreja católica a tratar com
carinho a Amazônia. Queremos despertar toda a Igreja para a realidade da igreja na
Amazônia e criar uma marca de amor àquela Igreja com gestos muito concretos de doação”
- explicou. (CM-CNBB)