Cidade do Vaticano, 09 fev (RV) - 2010 será um ano de peregrinações européias
para o pontífice. Enquanto se preparam os detalhes da viagem a Malta em fins de abril,
já se pensa em Chipre, que receberá Bento XVI de 4 a 6 de junho.
Segundo a
agência do episcopado italiano, SIR, esta será a primeira vez que um pontífice visita
aquela ilha do mediterrâneo, situada dentro da jurisdição do Patriarcado Latino de
Jerusalém.
Numa entrevista à agência, Pe. Umberto Barato, Vigário Patriarcal
dos católicos latinos em Chipre, adianta que esta viagem está ligada ao próximo Sínodo
dos Bispos do Oriente Médio, marcado para Roma em outubro deste ano, com o título:
“A Igreja Católica no Oriente Médio: Comunhão e testemunho”.
O vigário assegura
que os preparativos já começaram: “No dia 14 de janeiro, fizemos uma reunião com mais
de 250 pessoas: uma das primeiras tarefas é conseguir voluntários” – disse, antecipando
que a chegada do papa está sendo prevista em ação conjunta com o governo e com a Igreja
Ortodoxa, “com quem colaboramos e trabalhamos com um grande espírito ecumênico” -
assegurou.
Após uma vistoria em dezembro passado, a comissão do Vaticano já
definiu os lugares a ser visitados, e quanto ao itinerário, acredita-se que o papa
fará uma visita a Paphos, onde pregou São Paulo. Também está sendo programada uma
celebração ecumênica com o Arcebispo Ortodoxo Chrysostomos II.
Bento XVI visitará
ainda Nicosia, onde verá a “linha verde”, a fronteira que separa os territórios dominados
por Grécia e Turquia, respectivamente, e que divide efetivamente a ilha. Segundo leis
internacionais, a ilha de Chipre é um país independente, mas apesar disso, encontra-se
dividida entre um Estado que ocupa os dois terços ao sul da ilha – o Chipre grego
– e a república turca, que ocupa o terço norte da ilha e que é reconhecida somente
pela própria Turquia.
Atualmente, a população de católicos na ilha é relativamente
pequena, reduzindo-se a uma comunidade de 20 mil trabalhadores provenientes da África
e Ásia.
“Todos somos parte do corpo católico, e todos receberemos o papa com
emoção”, comentou Pe. Barato. “Espero com esta visita, que a Igreja Católica do Chipre
receba um impulso para renovar seu entusiasmo e a vitalidade” – disse, expressando
sua convicção de que a visita terá essencialmente um significado espiritual: “Não
queremos que a visita seja algo meramente social” - assegurou. (CM)