Porto Alegre, 06 fev (RV) - Manhã animada aqui no Centro de Eventos da PUC,
neste penúltimo dia do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, que apesar
do nome, não congrega somente nosso subcontinente. De fato, estão presentes especialistas
e autoridades oriundos de África, Ásia e Europa, testemunhando a universalidade da
Igreja. Não obstante a agenda intensa, não faltam momentos de confraternização e contatos,
o que constitui a maior riqueza deste Mutirão.
Na parte teórica, a comunicação
no diálogo intercultural esteve no centro dos debates esta manhã. O conferencista
argentino Washington Uranga destacou que o diálogo é uma necessidade da identidade
social do homem. No conflito que este diálogo pode gerar, Uranga afirma que é preciso
assumir as diferenças como valor, pois o diálogo entre culturas exige respeito pelos
Direitos Humanos e, ao mesmo tempo, engajamento político.
Nos dias de hoje,
constatou, o diálogo intercultural é uma demanda e uma necessidade, e só poderá ser
construtiva se deixar de lado propósitos de exclusão. Mas como tudo isso se relaciona
com a comunicação? “O diálogo é comunicação de vida” – afirmou. A cultura é o resultado
de processos de comunicação entre identidades culturais. Nesse sentido, o diferente
constitui um tesouro a ser preservado, é o antídoto para um mundo que vive em busca
de sucessos pessoais.
“É preciso recuperar os valores dos sonhos e das utopias”
– disse Uranga, recordando que a comunicação é o elemento fundamental para os processos
de transformação social. E concluiu citando o presidente uruguaio José Pepe Mujica:
“A boa fé é nossa única intransigência. Quase todo o resto é negociável”.
Na
parte da tarde, a oferta é variada, e os inscritos poderão escolher entre vários seminários
temáticos e oficinas. A noite também promete, com um show de música folclórica: trata-se
de um encontro histórico de músicos latino-americanos. (BF)