COREIA DO NORTE: MISSIONÁRIO NORTE-AMERICANO LIBERTADO JÁ ESTÁ EM PEQUIM
Seul, 06 fev (RV) - O missionário norte-americano, Rev. Robert Park, detido
no dia de Natal, na Coreia do Norte, foi libertado pelas autoridades e já se encontra
em Pequim, aonde chegou nas primeiras horas desta manhã, anunciou a agência sul-coreana
Yonhap.
O Rev. Robert Park, de 28 anos, havia sido preso há seis semanas, depois
de ter cruzado a fronteira do país, com o intuito de protestar contra a supressão
religiosa no âmbito do regime norte-coreano.
Em dezembro passado, o missionário
partiu da China e cruzou o rio Tumen em direção à Coreia do Norte, carregando cartas
com pedidos para que o líder norte-coreano, Kim Jong Il, fechasse prisões e renunciasse
ao poder. O governo do país não divulgou nenhuma informação sobre o missionário durante
os 43 dias em que ele permaneceu sob custódia, tendo anunciado apenas ontem, a sua
libertação.
Segundo a agência de notícias oficial da Coreia do Norte, o governo
"decidiu unilateralmente perdoar e libertar Park, levando em consideração sua confissão
e arrependimento sincero". Ainda segundo a agência, o missionário admitiu estar envergonhado
de sua visão parcial do regime norte-coreano e disse estar convencido de que "há completa
liberdade religiosa para todas as pessoas em todo o território" da Coreia do Norte.
"Eu
não teria cometido tal crime (de ultrapassar o confim norte-coreano) se soubesse que
a Coreia do Norte respeita os direitos de todas as pessoas e lhes garante liberdade"
– afirmou Park, de acordo com a agência de notícias.
Ao chegar ao aeroporto
de Pequim, o missionário, acompanhado de autoridades consulares, não quis responder
às perguntas de repórteres sobre se teria sido forçado a fazer tais afirmações. Ele
já embarcou num avião com destino aos EUA.
A Constituição da Coreia do Norte
garante liberdade de religião, mas o governo limita as cerimônias religiosas, permitindo
que elas se realizem apenas em igrejas autorizadas. Pessoas que fugiram do país dizem
que realizar cerimônias religiosas clandestinas e distribuir cópias da Bíblia são
ações que podem resultar em prisão ou execução.
A Coreia do Norte conta cerca
de 154 mil prisioneiros políticos em seis prisões do país, de acordo com informações
do governo da Coreia do Sul. (AF)