DOM CELESTINO MIGLIORE SOBRE INTEGRAÇÃO SOCIAL: RESPEITAR DIREITOS DE TODOS
Nova Iorque, 05 fev (RV) - "O bem integral da pessoa em suas diversas dimensões,
inclusive a espiritual", deve estar no centro das reflexões daqueles que se ocupam
de integração social. O pronunciamento do observador permanente da Santa Sé na ONU,
o arcebispo Celestino Migliore, na 48ª sessão da Comissão para o desenvolvimento social,
girou em torno desse importante conceito.
Recordando uma passagem da encíclica
Caritas in veritate de Bento XVI, na qual o pontífice observa que "a sociedade
sempre mais globalizada nos torna próximos, mas não nos torna irmãos", o prelado evidenciou
que a integração deve passar pela "eliminação da pobreza e por um trabalho digno para
todos".
Dom Migliore acrescentou que o crescimento econômico e social se desenvolve
mediante uma "maior conexão entre as pessoas" e as suas relações. E são muitos os
âmbitos em que isso pode se dar: "os cuidados médicos, a cultura, a educação, a arte
e o esporte".
O observador vaticano disse que "o desenvolvimento social e integral
não derivará unicamente de soluções tecnológicas, mas principalmente das relações
humanas". Um objetivo que "requer necessariamente uma abertura à vida", enquanto muitas
vezes o crescimento da população tenha sido considerado uma causa de pobreza e a falta
de trabalho uma conseqüência.
"O imperativo para os países – prosseguiu o prelado
– é encontrar soluções adequadas para assegurar às pessoas competências, a formação
e a educação de modo a promover o desenvolvimento e os direitos humanos." Portanto,
é necessário criar uma sociedade aberta, onde se promova a vida e a família, inclusive
no caso em que as taxas de crescimento tenham diminuído.
Dom Migliore indicou
justamente no núcleo familiar "o primeiro contexto onde as crianças aprendem determinadas
habilidades, atitudes e virtudes que as preparam para o mundo do trabalho, permitindo-lhes
assim contribuir para o crescimento econômico e o desenvolvimento social".
Desse
modo educação e formação tornam-se "um investimento a logo prazo"; portanto, a exigência
é que "as políticas familiares sejam baseadas na justiça econômica e social. (RL)