2010-02-05 18:21:38

BENTO XVI AOS BISPOS ESCOCESES: "DEFENDAM EVANGELHO DE QUEM QUER DILUIR SUA FORÇA"


Cidade do Vaticano, 05 fev (RV) - Formar novas gerações de sacerdotes e leigos a fim de que saibam testemunhar a verdade cristã em todo âmbito eclesial e profissional, defendam a integridade de seus princípios e a liberdade de manifestá-los publicamente. Foi o mandato que Bento XVI confiou aos bispos escoceses, recebidos esta manhã, no Vaticano, em visita "ad Limina".

O papa abordou o tema da tutela da vida das derivas científicas que a ameaçam, pedindo aos prelados uma plena adesão ao Magistério eclesial em todas as circunstâncias. As palavras do papa ressoaram quase como uma antecipação e, sobretudo, uma preparação para a sua mensagem durante a viagem apostólica à Inglaterra, prevista para se realizar ainda este ano. Uma antecipação incisiva no conteúdo e no tom, que tratou das questões mais atuais da realidade eclesial e social escocesas.

Em primeiro lugar, o Santo Padre tratou do tema da formação das forças cristãs do país: clero e leigos. São necessários sacerdotes que "se empenhem seriamente na oração e vivam com alegria o seu ministério", porque é esse tipo de testemunho que "dá fruto não somente na vida espiritual dos fiéis, mas também no que diz respeito às novas gerações".

"Ressaltem o papel indispensável do sacerdote na vida da Igreja, sobretudo no prover a Eucaristia da qual a própria Igreja recebe a vida. E encorajem as pessoas prepostas à formação dos seminaristas a fazerem todo o possível para preparar uma nova geração de sacerdotes comprometidos e zelosos, bem formados humanamente, do ponto de vista acadêmico e espiritual para desempenhar o ministério no Séc. XXI."

Sem confundir o seu âmbito de apostolado com o dos sacerdotes, como por vezes acontece – ressaltou o papa – também os leigos precisam de uma adequada preparação, porque é graças ela – afirmou o pontífice – que é possível "dar um forte impulso à tarefa de evangelizar a sociedade". A formação dos leigos parte das escolas, e das escolas católicas em particular – observou – "se pode orgulhar-se" pela contribuição dada "na superação do sectarismo e na criação de boas relações entre as comunidades", graças à sua "força potente de coesão social":

"Ao encorajar os professores católicos em seu trabalho, ressaltem de modo particular a qualidade e a profundidade da educação religiosa, de modo a preparar um articulado e bem informado laicato, capaz e disposto a desempenhar a sua missão. Uma forte presença católica na mídia, na política local e nacional, na magistratura, nas profissões e nas universidades somente pode servir a enriquecer a vida nacional da Escócia, com pessoas de fé que dão testemunho da verdade, sobretudo quando a verdade é colocada em discussão."

Bento XVI não deixou de dedicar uma passagem de seu discurso aos desafios apresentados pela onda do secularismo que se registra na Escócia. O papa estigmatizou que o apoio à eutanásia atinge diretamente a concepção cristã da dignidade da vida humana:

"Recentes desenvolvimentos em matéria de ética médica e algumas das práticas promovidas no campo da embriologia suscitam grandes preocupações. Se o ensinamento da Igreja é atingido, mesmo que levemente, num de tais setores, torna-se difícil defender a plenitude da doutrina católica de modo integral."

O pontífice afirmou que os pastores da Igreja devem "continuamente chamar os fiéis à completa fidelidade ao Magistério da Igreja, apoiando e defendendo, ao mesmo tempo, o direito da Igreja a viver livremente na sociedade segundo as suas convicções". Dito isso, o papa acrescentou:

"Muitas vezes a doutrina da Igreja é percebida como uma série de proibições e posições retrógradas, enquanto a realidade, como sabemos, é que ela é criativa e vital, e está voltada para a realização mais completa possível do grande potencial de bem e de felicidade que Deus inscreveu em cada um de nós."

Bento XVI felicitou-se também pelo melhoramento no campo ecumênico. Quatrocentos e cinquenta anos após o que definiu como uma "dolorosa ruptura" da unidade da Igreja Católica na Escócia, o papa evidenciou "os progressos realizados ao curar as feridas que são a herança daquele período, em particular no que concerne ao sectarismo que se registrou também em tempos recentes".

Ao resistir às pressões que pretendem diluir a mensagem cristã – concluiu o pontífice – busquem a meta da plena e visível unidade, para que sejam plenamente capazes de responder à vontade de Cristo.

Os católicos na Escócia são apenas 13% da população total, que conta cerca de 5 milhões de habitantes (RL)







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