2010-02-04 14:43:53

MUTIRÃO: SOCIÓLOGO PEDE RESGATE DA CULTURA POPULAR


Porto Alegre, 04 fev (RV) - Primeiro dia de trabalhos aqui no Mutirão de Comunicação, em andamento na PUC de Porto Alegre. O dia teve início com uma interessante palestra do sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira.

Em sua conferência, fez uma análise do surgimento dos movimentos sociais e sua relação com o Mutirão. O início deste processo tem raízes longínquas, na época da hegemonia portuguesa. Sobre o período atual, Pedro destaca duas estratégias da elite dominante para abafar os excluídos. A primeira é desqualificar a cultura popular. Como? Também através da linguagem, ou seja, a cultura dos negros, dos índios, das minorias, é folclore, crendice, lenda. A segunda estratégia é se servir dos meios de comunicação de massa para satisfazer o povo, oferecendo teoricamente aquilo o que querem ver e o ouvir.

Apesar disso, a cultura popular sobreviveu através do que chamou de “refúgio social”, como a literatura de cordel, as rodas de capoeira, os camponeses, as mães e pais de santo - e ai está a origem dos movimentos sociais. E eles nasceram justamente da comunicação em mutirão, que vai se enriquecendo agora de geração em geração. Como procedem? Construindo sua consciência e produzindo suas utopias e projetos, oferecendo a ideia de que um novo mundo é possível. É possível confiando na mobilização das sociedades, apostando mais na formação das consciências do que nas conquistas políticas.

Nesse contexto, a solidariedade é fundamental, e não um sistema competitivo. E o que se viu no Haiti, condenou o sociólogo, foi o contrario disso, com os Estados Unidos ocupando militarmente o país. Tudo isso parece uma utopia, reconheceu Pedro Ribeiro, mas “sem dúvida é mais crível que a utopia do mercado, da tecnologia, que promete satisfazer todos os nossos desejos, bem sabendo que não é possível”.

Por isso o Mutirão é importante, porque pode contribuir para um novo mundo possível. É uma oportunidade para que aprendamos a ouvir e amplificar a voz de quem foi silenciado e que não deixou de murmurar uma mensagem de esperança. E concluiu com um apelo aos comunicadores: que amplifiquem esta mensagem.

Esta foi a manhã aqui no Mutirão, com a inauguração também da exposição de arte sacra e com abertura dos estandes, entre eles, o da Rádio Vaticano. Quem passar por lá, poderá conhecer um pouco mais da nossa emissora, através do material de divulgação e conversando também com o nosso responsável, Padre Cesar Augusto dos Santos, e Silvonei José.

O evento prossegue à tarde com inúmeros eventos, com apresentações artísticas populares, com os seminários temáticos, com oficinas, e com o início de uma retrospectiva de filmes brasileiros premiados pela CNBB, que serão projetados todas as tardes aqui na PUC.
(BF)







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