ONDA DE SUICÍDIOS DE ADOLESCENTES ALARMA AUTORIDADES NA ÍNDIA
Mumbai, 1º fev (RV) - O clima no pequeno apartamento de Mumbai onde vivia Neha
Sawant - a adolescente de 11 anos, encontrada enforcada em uma corda presa na janela
– ainda é sombrio. O suicídio ocorreu há duas semanas, mas os pais da menina ainda
não conseguiram superar o choque. É como se tudo não tivesse passado de um pesadelo.
Neha
foi uma das mais jovens adolescentes a cometer suicídio em Mumbai. Mas as estatísticas
sugerem que um número sempre mais elevado de adolescentes estão-se matando na cidade,
que é o centro financeiro da Índia.
Inexplicavelmente, os suicídios de adolescentes
tornaram-se uma ocorrência quase que diária no estado de Maharashtra – um dos mais
desenvolvidos do país – e em sua capital, Mumbai. O número de suicídios de adolescentes,
desde o começo do ano até o dia 26 de janeiro, já alcançara a cifra de 32: uma média
de mais de um por dia.
Apesar de não haver nenhum dado do mesmo período em
2009 para comparação, há um consenso entre as autoridades de Mumbai, preocupadas que
os suicídios de adolescentes estejam fugindo do controle.
Também há um consenso
geral entre psicólogos e professores, sobre a principal razão para o alto número de
mortes de adolescentes: a crescente pressão sobre as crianças para que se saiam bem
nos exames escolares.
O suicídio é uma das três principais causas de morte
entre as pessoas de 15 a 35 anos, em Mumbai. Essas mortes têm um impacto psicológico,
social e financeiro devastador sobre as famílias e os amigos.
A diretora-geral
assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Catherine Le Gals-Camus, observa
que mais gente morre por suicídio em todo o mundo do que por todos os homicídios e
guerras juntos.
"Há uma necessidade urgente de uma ação global coordenada
e intensificada, para prevenir essas mortes desnecessárias. Para cada morte por suicídio,
há um grande número de familiares e amigos cujas vidas ficam devastadas emocional,
social e economicamente" – argumenta ela.
Em Mumbai, as autoridades estão
tão alarmadas com a dimensão do problema, que lançaram uma campanha, com o slogan
"A vida é bela", visando ajudar os estudantes a lidarem com as pressões da vida acadêmica.
(AF)