Porto Príncipe, 28 jan (RV) - O Bispo de Cayes, Dom Guy Poulard, explicou que
a tragédia ocorrida no Haiti no passado 12 de janeiro constitui “um fenômeno natural”
e não um castigo divino. “Nossa atual desolação não é uma maldição de Deus”, disse
ele. Em uma mensagem aos haitianos e aos familiares das vítimas do terremoto, o bispo
de Cayes mencionou que esta catástrofe não é “um castigo de Deus”. Comentou também
que as interrogações sobre o papel de Deus quanto ao desastre, teriam lugar mesmo
se vivêssemos nos tempos do Antigo Testamento, e acrescentou: “a Palavra de Deus nos
ilumina mais, Ele não fez isto para nos torturar”.
Dom Poulard citou o Evangelho
de João para esclarecer dúvidas: “Porque de tal maneira amou Deus o mundo, que deu
o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que crê nele não pereça, mas sim tenha
vida eterna. Porque não enviou Deus seu Filho ao mundo para julgá-lo, mas para que
o mundo se salve por Ele".
Referindo-se em seguida à reconstrução do Haiti
disse que o caminho vai ser longo e difícil. “Precisamos rezar. Necessitamos de muita
oração, e não do tipo de oração que culpa Deus pelo acontecido (…) mas da oração que
faz uma criança a seu pai, uma oração esclarecedora, reveladora, uma oração pedindo
o que fazer”.
O Bispo dos Cayes reiterou sua convicção de que Deus está com
o povo do Haiti. “O Espírito Santo nos ajuda nestes tempos difíceis. Temos uma árdua
tarefa: muitos morreram, outros seguem desaparecidos, vários edifícios estatais e
eclesiásticos foram destruídos. Mas nós continuamos vivos! A chama da esperança foi
acesa, trabalhemos juntos para reconstruir o Haiti”, concluiu o prelado. (SP)