Projecto governamental de realojamento não agrada á maioria dos haitianos
(27/1/2010) No Haiti, duas semanas após o terramoto , há milhares de desalojados
que vivem nas praças da capital Port au Prince. O Governo pretende realojar, ainda
esta semana, 400 mil sobreviventes em acampamentos na periferia da cidade, mas a mudança
desagrada a quem passa o dia nas ruas. Os haitianos têm medo que não seja um abrigo
temporário, mas uma mudança definitiva de endereço, longe de empregos e da possibilidade
de recomeçar a vida. Em muitos casos, casas e estabelecimentos não desabaram,
mas estão danificados. E muitos pretendem é que lhes seja entregue dinheiro para reconstruir
os seus imóveis. As estimativas da ONU são que um milhão de pessoas ficaram desalojadas
no Haiti e 700 mil delas estão a viver nas ruas de Porte-au-Prince (que tinha dois
milhões de habitantes antes do terramoto). Cerca de 30 mil casas, a maioria no centro
da capital haitiana, ficaram completamente destruídas, e um número indefinido está
comprometido. Áreas na periferia da capital estão a ser identificadas para a construção
de acampamentos, com luz, saneamento, creches e postos de saúde. No futuro, os acampamentos
serão transformados em bairros residenciais, com zonas comerciais e industriais. Um
projecto para décadas, que não agrada à maioria dos haitianos.