São Salvador, 25 jan (RV) – A Igreja Católica recomendou ontem aos salvadorenhos
que rezem e promovam o ‘culto privado’ para impulsionar a beatificação de Óscar Arnulfo
Romero, e pediu respeito pelo arcebispo assassinado, para não estorvar o processo.
Em
uma entrevista coletiva à imprensa, o arcebispo de São Salvador, Dom Jose Luis Escobar
Alas, adiantou que a causa está avançando, mas que desconhece quanto tempo falta para
que Romero, assassinado em 24 de março de 1980 por um comando de ultra direita enquanto
celebrava uma missa, seja declarado bem-aventurado.
“Gostaríamos muito de
poder anunciar hoje a todos a grande notícia da beatificação de Dom Romero, mas não
temos alguma novidade” – lamentou, convidando os fiéis a rezar e enviar testemunhos
de sua graça, como favores e milagres recebidos.
Dom Escobar Alas esclareceu
que “é melhor que o processo de canonização transcorra em um ambiente sereno, longe
de qualquer manifestação de caráter social ou político”.
Em 1993, a Comissão
da Verdade, que investigou os crimes cometidos durante a guerra civil salvadorenha
(1980-1992), estabeleceu que o assassinato de Dom Romero foi presumivelmente ‘encomendado’
por Roberto D'Aubuisson, fundador da Aliança Republicana Nacionalista (Arena, partido
de direita).
De seu púlpito, o arcebispo denunciava as injustiças contra a
população e os assassinados perpetrados pelos esquadrões da morte nos anos que precederam
o conflito armado.
A Igreja Católica realizará diversas atividades culturais
e religiosas para recordar Dom Romero, neste ano do 30º aniversário da morte. Em sua
memória, será celebrado um especial Dia da Juventude. (CM)