2010-01-25 19:47:00

CARDEAIS MARTINI E TUCCI PROMOVEM PÁGINA WEB PARA RELANÇAR O VATICANO II


Roma, 25 jan (RV) – Com o objetivo de relançar o Concílio Vaticano II, os cardeais jesuítas italianos Carlo Maria Martini e Roberto Tucci, lançaram um portal na Internet, apresentado nesta segunda-feira, em Milão, através do qual pretendem dar a conhecer aos jovens, esse evento-marco que encaminhou a Igreja Católica rumo ao terceiro milênio.

Trata-se do portal /a> da Fundação Ambrosianeum, promovido pelo Cardeal Martini, arcebispo emérito de Milão, e pelo Cardeal Roberto Tucci, durante muitos anos organizador das viagens pontifícias, além de Dom Luigi Bettazi, de 86 anos, que participou, junto aos outros dois promotores da iniciativa, do Concílio Ecumênico Vaticano II.

Na página web – apresentada no dia em que se recordam os 51 anos do anúncio, por parte de João XXIII, da convocação do concílio que mudou a Igreja Católica – poderão ser consultadas todos os pronunciamentos magistrais, as leituras teológicas e outras iniciativas e documentos relacionados ao Vaticano II.

Também podem ser vistas fotos e imagens além de outros arquivos multimediais sobre o Concílio, tudo isso – na intenção dos promotores da iniciativa – com a finalidade de repropor esse evento histórico, a fim de que as pessoas o entendam e compreendam.

O Vaticano II – um dos eventos históricos que marcaram de forma indelével o século XX – foi um concílio ecumênico que superou todas as expectativas, já que rompeu com quatro séculos de Igreja tridentina e mudou suas relações com a sociedade e com as outras religiões.

Foi convocado no dia 25 de janeiro de 1959 pelo Papa João XXIII, 90 anos depois da celebração, sob o pontificado de Pio IX, do Concílio Vaticano I, forçado a encerrar-se antes do tempo previsto, devido ao clima de guerra que se vivia em Roma naqueles anos.

Participaram do evento 2.540 bispos de todo o mundo, e mais de 700 padres conciliares tomaram a palavra durante suas sessões. O Vaticano II foi inaugurado no dia 11 de outubro de 1962 e encerrou-se no dia 8 de dezembro de 1965. João XXIII não pôde encerrá-lo, porque faleceu no dia 3 de junho de 1963, tendo tocado, portanto, a seu sucessor, Paulo VI, mandar avante e encerrar os trabalhos.

Do Vaticano II saíram 16 documentos, entre os quais quatro constituições apostólicas (atos legislativos emanados pelo papa, para dar disposições de caráter geral e permanente), nove decretos três declarações.

Entre as constituições, destaca-se a Gaudium et Spes, mediante a qual se passava de uma Igreja fechada em si mesma a uma Igreja livre, sem teocracia, que se sentia parte do mundo, que se abria a seus problemas.

Entre as declarações, destaca-se a Nostra Aetate, na qual os católicos retiraram as acusações contra os judeus. O concílio colocou em marcha um novo diálogo com os judeus, ao cancelar a histórica acusação de deicídio e um diálogo também com as religiões não-cristãs.

O Vaticano II reformou a liturgia, cuja mudança mais visível foi a adaptação da liturgia às línguas vernáculas, a fim de que os fiéis pudessem dirigir-se a Deus em seus próprios idiomas. Dessa forma, os idiomas nacionais passaram a ser os idiomas usados nas cerimônias, relegando o latim – que todavia continua sendo a língua oficial dos documentos da Igreja – a um segundo plano. Também importante foi a decisão de que o celebrante pudesse oficiar de frente para os fieis e não mais de costa. (AF)







All the contents on this site are copyrighted ©.