Cidade do Vaticano, 24 jan (RV) - A reconciliação continua sendo um desafio
para a Igreja na África: é o que emerge da segunda reunião do Conselho Especial para
a África do Sínodo dos Bispos, realizada nos últimos dias, no Vaticano.
Uma
nota afirma que para ser crível em sua pregação e ação social, a Igreja “deve primeiramente
estar conciliada em si mesma”. No discurso de abertura no encontro, o secretário-geral
do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterović, falou de temas relevantes para a vida da
Igreja na África, como a paz, a justiça, a salvaguarda da criação; e de questões difíceis,
como a desertificação das áreas férteis. O arcebispo lembrou ainda que a teologia
não deve ser transformada em política, mas sim “levada diretamente ao ministério pastoral
concreto”.
Nesta concretude, “a Igreja está diante da necessidade de defender
o povo das injustiças. A falta de paz leva a Igreja a um forte compromisso de mediação
e acolhimento das vítimas de guerras intestinas”.
Em relação ao diálogo inter-religioso,
os participantes afirmaram que existe a intenção de estabelecer vínculos de entendimento
e colaboração, sobretudo com o Islã, a religião mais praticada no continente. Neste
sentido, frisam a importância de isolar os grupos fundamentalistas dos representantes
oficiais do Islamismo.
Enfim, o Conselho se compromete em estudar as Proposições
do Sínodo, visando a redação da Exortação Apostólica Pós-sinodal (conclusão dos trabalhos
realizados em outubro passado, no Vaticano); e concorda que o texto final deverá manter
“um justo equilíbrio entre a perspectiva teológico-espiritual e a realidade espiritual
e social do continente”.
A próxima reunião do Conselho será nos dias 27 e
28 de abril. (CM)