Cidade do Vaticano, 23 jan (RV) - Em uma entrevista publicada ontem pelo ‘L'Osservatore
Romano’, o presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, Cardeal Paul Josef Cordes,
afirma que dez dias depois do terremoto no Haiti, “a situação continua trágica, mas
as ajudas começam a chegar”.
O Cor Unum é o departamento da Santa Sé encarregado
de coordenar as agências caritativas católicas de ajuda, mas o cardeal alemão que
o preside ressalta também a importância de “restituir a esperança” às vítimas do terremoto.
“O
número oficial de mortos aumenta continuamente” – diz, “mas ainda estão resgatando
pessoas vivas que permaneceram soterradas dias inteiros”.
“Pessoalmente, fiquei
muito impressionado com as declarações de uma sobrevivente que disse que rezava durante
horas debaixo dos escombros para que Deus salvasse sua vida, pois é filha única e
queria evitar a dor dos seus pais” - relatou.
“Ainda há muitas vidas a serem
salvas, doenças a serem prevenidas e sobretudo esperança a ser devolvida”.
Seguindo
orientações do Pontifício Conselho Cor Unum, a assistência está sendo coordenada no
território pela Catholic Relief Services – a agência internacional de desenvolvimento
e de ajuda emergencial do episcopado dos Estados Unidos.
“A agência trabalha
há muito tempo no Haiti, com mais de 300 pessoas. Atua em sintonia com os bispos haitianos,
com o núncio apostólico, Dom Bernardito Auza, e com outras agências caritativas católicas
estrangeiras que estão em Porto Príncipe para avaliar a situação e agir de maneira
específica” – revelou Dom Cordes.
Além disso, “o núncio – que saiu às ruas
para estar perto das pessoas e oferecer, em nome do papa, uma palavra de esperança
– nos mantém constantemente informados” – disse, assegurando que “a Igreja permanecerá
ao lado do povo haitiano, inclusive depois, quando o terremoto não for mais notícia”.
(CM)